quinta-feira, 28 de novembro de 2019

O que pode ser perguntado aos Guias?




Saravá meus irmãos!


Venho trazer para o debate uma situação que há tempos percebo dentro da Umbanda e que, confesso, me incomoda muito.


Sabemos que os chamados "guias de Umbanda", ou seja, os mentores espirituais que realizam os trabalhos nos terreiros são espíritos em condições evolutivas superiores à nossa. Não que eles já estejam completamente no grau supremo da evolução, mas, comparado conosco, eles já possuem muito mais tempo de estrada e conquistas. 

Sendo assim, a missão desses irmãos espirituais é orientar e auxiliar os filhos da terra quanto aos problemas correlatos a nossa existência, como saúde, questões espirituais e caminhos. Os guias espirituais atuam como verdadeiros psicólogos, escutando os problemas dos encarnados e sugerindo ações no sentido de modificação de pensamentos e atitudes. Jamais uma entidade verdadeiramente de Umbanda irá realizar escolhas, obrigar determinada atitude ou influenciar no livre arbítrio de cada um. Como dito acima, esses irmãos espirituais podem aconselhar, mas jamais decidir o que cada um dos encarnados deve fazer.


Entretanto, não incomum, percebemos a presença de irmãos que chegam às Casas de Umbanda e fazem questionamentos completamente descabidos e até ofensivos aos nossos irmãos espirituais. Perguntas do tipo: "Será que vai chover em determinado dia?"  "Meu cachorro está se coçando demais, será que está doente?" "Vou trocar de carro e não decidi a cor, qual devo pegar?", "Fiz um exame de gravidez e o resultado só sai amanhã, será que você pode me dizer se vai dar positivo ou negativo?" "Então você é baiano? Pode me dizer a cidade que você foi enterrado?" "Será que devo engravidar do fulano ou do ciclano? Qual tem mais condições de pagar pensão?" "Será que tem um jeito de fazer a fulana gostar de mim?" "Estou precisando de emprego, será que tem como tirar a fulana daquela empresa para eu ficar com vaga dela?" entre outros absurdos!

Infelizmente, muitos irmãos se esquecem que estamos diante de um espírito superior, um espírito que se propôs a descer na terra para auxiliar os necessitados. Muitos os vêm como vassalos, gênios da lâmpada, adivinhos que são obrigados a revelar tudo o que querem e a lhes satisfazer todas as vontades e desejos.

Mas sabemos que isso não é assim. Como já dito acima, espírito verdadeiramente trabalhador da Umbanda é comprometido com a verdade, com a evolução e com a caridade! Portanto, não irá interferir no livro arbítrio de ninguém. Aconselhará, se assim lhe for pedido, mas jamais decidirá ou obrigará a qualquer situação.

Temos que ter em mente que a mediunidade é uma dádiva concedida por Deus. Sendo assim, não podemos querer usar da boa vontade dos médiuns ou dos espíritos que dela fazem uso para propósitos menos dignos ou apenas por curiosidades. Sim, esses bons espíritos podem nos aconselhar muito sobre diversas situações da vida, mas temos que ter em mente que quem vai escolher nosso destino somos nós mesmos. Podemos pedir a cura para uma determinada doença, mas devemos lembrar que não adianta curar o resultado se a origem não for modificada. 

Em razão disso, se faz necessário que usamos o bom senso, a razão, e principalmente o respeito ao nos dirigirmos a esses irmãos espirituais. Não temos o direito de fazer questionamentos frívolos ou de mera curiosidade. Nossos questionamentos devem ser objetivos e pautados sempre no sentido do aconselhamento, visando o nosso próprio progresso.

Já espíritos que respondem a tudo, como nas famigeradas perguntas acima descritas, certamente são espíritos inferiores, que também podem se manifestar nos locais onde não haja disciplina, ordem e compromisso com o bem. Esses espíritos respondem o que a pessoa quer ouvir e se divertem com a credulidade das mesmas.

Assim, para não sermos enganados por espíritos zombeteiros, busquemos o compromisso com o bem e com a evolução, levando aos nossos irmãos espirituais apenas questionamentos que serão proveitosos para o nosso próprio progresso e evolução!

Axé!
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe sua opinião

T.U. Filhos da Vovó Rita

T.U. Filhos da Vovó Rita