domingo, 30 de janeiro de 2011

ORIXÁS DA UMBANDA - OBALUAÊ

Antes de iniciar esse post, quero ressaltar que as singelas explicações abaixo referem-se aos Orixás na Umbanda. Sabemos que os irmãos do Candomblé, do Batuque e outras religiões de matriz africana, possuem outros conceitos e explicações, utilizando-se da mitologia, entre outros elementos, para explicar e trabalhar com os Orixás. Nesse blog, respeitando todas as opiniões diversas, serão passados apenas conceitos da Umbanda, no intuito de esclarecer os filhos de fé, acerca de seus pais e mães de cabeça!


Obrigado!

9º ORIXÁ - OBALUAÊ - O ORIXÁ DA CURA


O nono e último Orixá a ser comentado nesta série de estudos sobre os Orixás que integram a Religião de Umbanda é Obaluaê.

Obaluaê, também conhecido como Omulú, Xapanã e associado com Kavungo, divindade da nação Bantu, e com Sakpata, divindade da Nação Jeje, é o Orixá da Cura, das doenças,  das pestes.

É sincretizado com São Lázaro, o santo que voltou dos mortos e com São Roque, o santo que fora contaminado com uma peste, se curou e é invocado na cura de epidemias e doenças contagiosas.

Certamente por essas histórias, São Roque e São Lázaro passaram a ser sincretizados com Obaluaê, Orixá que possui os mesmos atributos, ou seja, senhor dos mortos e curador das pestes.

Não é demais lembrar que apesar da semelhança entre eles, não podemos confundi-los. São Lázaro e São Roque são santos confirmados pela Igreja Católica, tiveram suas passagens pela Terra. 

Já Obaluaê é um Orixá que teve seu culto iniciado na África, chegando ao Brasil e demais países da América Latina por intermédio dos negros escravos. Sendo posteriormente adotado como Orixá na Umbanda.

Uma dúvida muito comum  entre os irmãos Umbandistas é se Obaluaê e Omulú é o mesmo Orixá ou são Orixás distintos.  A resposta é afirmativa ao primeiro entendimento. Falar em Obaluaê ou Omulú é falar no mesmo Orixá.

A diferença é que o nome Obaluaê está ligado a manifestação jovem desse Orixá, guerreiro, caçador e lutador. Já Omulú representa sua a manifestação velha, de sábio, feiticeiro e guardião.

Obaluaê tem seu corpo coberto por palha da costa, em razão de possuir feridas na pele. Também, o fato de Obaluaê possuir seu corpo coberto por palha da costa, representa o mistério, especificamente, o mistério da morte que para nós encarnados ainda não está revelado.

A palavra Obaluaê vem do Yorubá Obàlúwàiyé  que quer dizer "Rei Senhor da Terra" e Omulu significa "Filho do Senhor". Todavia, como dito acima, Obaluaê e Omulú representam um só Orixá.

Obaluaê é tido como senhor da cura, médico dos pobres. É invocado todas as vezes que alguém está doente. Obaluaê é o senhor dos cemitérios, dos mortos. Por essa razão, sempre que se adentra em um cemitério se saúda Obaluaê, assim como se saúda Iansã. Obaluaê é o Orixá responsável pelo encaminhamento dos espíritos recém desencarnados. 

Muitos irmãos partem desse plano sem estarem preparados. Ainda apegados com a vida e os bens da terra, acabam por não seguir o seu caminho e passam a habitar a casa de sua família terrena. Sabidamente, tal fato acarreta grandes prejuízos não só para o espírito que ali está, como também para a familia que sofre a obsessão. Nessas horas, Obaluaê é invocado para levar esse espírito ao seu reino, encaminhando-o para a nova vida no mundo espiritual.

Obaluaê também é invocado para afastar e levar embora os espíritos maus, pertubadores e kiumbas.

Sua saudação é "Atotô Obaluaê!"

Seu dia da Semana é a Segunda - Feira.

Seu dia do ano é 02 de novembro (juntamente com o dia de finados) - 17 de dezembro (em razão do sincretismo com São Lázaro) e 16 de Agosto (em razão do sincretismo com São Roque).

Suas cores são o Preto e Branco. (No candomblé além dessas cores, usa-se também o vermelho).

Seu símbolo é o Xaxará. (Espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais.).

Suas oferendas levam pipoca (que representa a transformação entre a vida e morte) estourada no azeite de dendê e sem sal; velas brancas e pretas; flores brancas e água. São entregues, preferencialmente, no cruzeiro do cemitério.   

De Obaluaê originam inúmeras falanges de caboclos, pretos velhos e Exus e Pombagiras. Em relação à esses últimos, exemplificando, a falange dos caveiras (Exu Caveira, João Caveira, Tata Caveira, 7 Caveiras, Caveirinha,etc) é submissa à esse Orixá, bem como todos os demais vinculados às almas e ao cemitério.

Também manifestam-se falangeiros de Obaluaê, uma manifestação mais densa, entidades que chegam curvadas e que geralmente tem sua cabeça coberta por um pano branco. São espíritos ligados diretamente à Obaluaê.

PONTOS

Seguem abaixo alguns dos pontos cantados para invocar e louvar esse glorioso Orixá.

Ponto 01

Meu Pai Oxalá é o Rei, venha me valer!
Meu Pai Oxalá é o Rei, venha me valer!

E o velho Omulú, Atotô Obaluaê!
E o velho Omulú, Atotô Obaluaê!

Atotô Obaluaê, Atotô babá!
Atotô Obaluaê, Atotô é Orixá!

Atotô Obaluaê, Atotô babá!
Atotô Obaluaê, Atotô é Orixá!

Meu Pai Oxalá é o Rei, venha me valer!
Meu Pai Oxalá é o Rei, venha me valer!

E o velho Omulú, Atotô Obaluaê!
E o velho Omulú, Atotô Obaluaê!

Ponto 02

Ele é um grande Orixá,
Ele é o chefe da Calunga,
Ele é seu Atotô, Obaluaê!
Ele é seu Atotô, Obaluaê!


Ele é um grande Orixá,
Ele é o chefe da Calunga,
Ele é seu Atotô, Obaluaê!
Ele é seu Atotô, Obaluaê!

Seu Omulú é,
Seu Omulú é,
Seu Omulú é,
Seu Omulú é Orixá!

Seu Omulú é,

Seu Omulú é,
Seu Omulú é,
Seu Omulú é Orixá!

Ponto 03

A quanto tempo eu andava te procurando!
A quanto tempo eu andava te procurando!
Obaluaê, Atotô!
Obaluaê, Atotô!

Obaluaê, Atotô!
Obaluaê, Atotô!

Ponto 04

Já mandei caiá,
Já mandei caiá,
Já mandei caiá sua casa,
Já mandei caiá de amarelo!


Já mandei caiá,
Já mandei caiá,
Já mandei caiá sua casa,
Já mandei caiá de amarelo!

Ponto 05

Casinha branca, casinha branca,
Que eu mandei fazer!

Casinha branca, casinha branca,
Que eu mandei fazer!

Para oferecer ao meu Pai Omulú!
Seu Atotô Obaluaê!

Para oferecer ao meu Pai Omulú!
Seu Atotô Obaluaê!

Ô salve mamãe Oxum,
Ô salve Nanã Burukê,
Seu Atotô Obaluaê!

Ô salve mamãe Oxum,
Ô salve Nanã Burukê,
Seu Atotô Obaluaê!

Ponto 06

Ô saravá!
Saravá o Rei Omulú vai chegar!


Ô saravá!
Saravá o Rei Omulú vai chegar!

E ele é o Rei,
É o Rei da Quimbanda é o Maioral!

E ele é o Rei,

É o Rei da Quimbanda é o Maioral!

Ponto 07

Quando chegar a hora de ir me embora, de me libertar!
Desta terra tão sofrida, em sua guarida irei repousar!
Derramarei o meu pranto, em seu campo santo estarei a rezar!
Nesta hora tão funesta, serás dia de festa por lhe encontrar!
Sob a sua terra fria, glorioso dia irei exaltar, atotô!

Atotô, atotô, Obaluaê!
É seu filho chegando, venha meu Pai me valer!
Sua flores sagradas, vêm em meu a corpo correr!
Que ser afagado pelo seu azé, louvarei seu Reinado Obaluaê!
Louvarei seu Reinado Obaluaê! Atotô!


Ponto 08


Obaluaê é filho do oriente!
Obaluaê é filho do oriente!
Acorda quem está dormindo,
Levanta quem está doente!



Acorda quem está dormindo,
Levanta quem está doente!
































































quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

ORIXÁS DA UMBANDA - NANÃ BURUKÊ

Antes de iniciar esse post, quero ressaltar que as singelas explicações abaixo referem-se aos Orixás na Umbanda. Sabemos que os irmãos do Candomblé, do Batuque e outras religiões de matriz africana, possuem outros conceitos, explicações, utilizam-se da mitologia, entre outros elementos, para explicar e trabalhar com os Orixás. Nesse blog, respeitando todas as opiniões diversas, serão passados apenas conceitos da Umbanda, no intuito de esclarecer os filhos de fé, acerca de seus pais e mães de cabeça!

Obrigado!

8ª ORIXÁ - NANÃ BURUKÊ - A CACURUCAIA  DOS ORIXÁS

A nona Orixá a ser comentada nesta pequena série de estudos sobre os Orixás que integram a Religião de Umbanda é Nanã Burukê.

Acredita-se que Nanã Burukê foi a primeira Yaba (Orixá Feminino) a surgir. Por isso mesmo, é tida como Cacurucaia dos Orixás, ou seja, uma Orixá velha, idosa.

É sincretizada com Sant'Ana a Santa Mãe de Maria, justamente por carregar o atributo de avó.

Nanã Burukê ou Buruku como também é conhecida, tem uma origem diferente dos demais Orixás até aqui já estudados. 

Conta-se que Nanã Burukê é uma Vodun (divindades da nação Jeje) que foi adotada como Orixá pelos Yorubás.


A Nação Jeje é oriunda da região de Daomé. A palavra Nanã nessa nação significa mãe, senhora.  

Chegou ao Brasil, assim como os demais Orixás, através dos negros escravos. Foi adotada como Orixá pela Umbanda.

Nanã Burukê é a Senhora das águas paradas, profundas, da chuva,  dos pântanos, dos mangues, da lama e da morte. Sua energia é densa e pesada. Anda sempre junto com Obaluaê, tido como um de seus filhos. 


Nanã Burukê representa a maturidade, a experiência e a sapiência.  É representada como a grande avó de energia amorosa e feminina.  

É a protetora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais. 

Fato curioso, é que no culto de nação essa Orixá não se manifesta em homens, apenas em mulheres. Na Umbanda, os terreiros que possuem influência do culto de nação mantém esse impeditivo. Todavia, em outras casas os falangeiros de Nanã se manifestam normalmente, sejam em homens ou mulheres. 


É conhecida também por Nanã Buruku,  Nanã Buluku, Nanã Buru, Nanã Boroucou, Nanã Borodo, Anamburucu e Nanã Borutu.

Seu dia da semana é o Sábado para alguns e a Segunda-Feira para outros.

Seu dia do ano, em razão do sincretismo, é comemorado em 26 de julho.

Suas cores são o roxo,  lilás e branco.

Seus símbolos são uma vassoura de palha ou Ibiri (cetro de palha da costa, com talos de dendezeiro e búzios). 

Sua saudação é "Salubá Nanã!"

Suas oferendas levam velas roxas, lilás e brancas, flores roxas, champagne rosé e frutas como uvas roxas, ameixas , figo, melancia e melão.  Tudo o que for oferecido a Nanã Burukê não pode ser cortado ou manipulado por metais, como facas, tesouras, etc. Deve ser tudo feito manualmente ou com auxílio de instrumentos de madeira. 


São entregues nos mangues, pântanos e ao lado de poços.  

Da Linha de Nanã Burukê originam inúmeras falanges de cabolos, pretos velhos, exus e pombagiras. Lembrando mais uma vez que não Umbanda não há manifestação do Orixá em si, mas sim de falangeiros. 


PONTOS


Seguem abaixo alguns dos pontos cantados para saudar Nanã Burukê.


PONTO 01


Atraca atraca que aí vem Nanã ê ê,
Atraca atraca que aí vem Nanã ê á,


Atraca atraca que aí vem Nanã ê ê
Atraca atraca que aí vem Nanã ê á,


É Nanã Burukê, é quem vem saravá, ê ê
É Nanã e Oxum é quem vem saravá, ê á


É Nanã Burukê, é quem vem saravá, ê ê
Atraca, atraca que aí vem Nanã ê á.

PONTO 02 


São flores Nanã, são flores!
São flores Nanã Burukê!


São flores Nanã, são flores!
De seu filho Obaluaê!


São flores Nanã, são flores!

São flores Nanã Burukê!

São flores Nanã, são flores!
De seu filho Obaluaê!



Nas horas de agonia,
É ele quem vem nos valer!
É seu filho Nanã, É meu Pai!
Ele é Obaluaê!


É seu filho Nanã, É meu Pai!
Ele é Obaluaê! 


PONTO 03


Senhora Santana, quando andou pelos montes,
Senhora Santana, quando andou pelos montes,

Por onde passava, deixava uma fonte,
Por onde passava, deixava uma fonte,

Os Anjos que vinham beber água dela,
Que água tão linda, Senhora tão bela!
Que água tão linda, Senhora tão bela!

PONTO 04

Na coroa de Zambi eu vi Nanã!

Auê eu vi Nanã!

Na coroa de Zambi eu vi Nanã!
Auê eu vi Nanã!

PONTO 05

Senhora Sant'Ana, 
dela só emana,
Muito amor e Paz!

Vejo ajoelhado!
Seu trono dourado!
Seu manto Lilás!

Águas que descem o rio,
Lavando todo esse chão!

Ah, eu queria dizer,
Seu nome Nanã Burukê,
Jamais ei de esquecer!

Êêê, Nanã Burukê!
Êêê, Nanã Burukê!

Êêê, Nanã Burukê!
Êêê, Nanã Burukê!





T.U. Filhos da Vovó Rita

T.U. Filhos da Vovó Rita