domingo, 18 de dezembro de 2011

ESPÍRITOS DA UMBANDA - BOIADEIROS

Ante o sucesso da série de estudos "Orixás da Umbanda", surgiu a necessidade de prosseguir os estudos sobre nossa sagrada religião. Uma vez que os Orixás já foram comentados, é chegado o momento de falar dos espíritos, das entidades que atuam na Umbanda, que comandam nossos trabalhos e que nos trazem mensagens do plano espiritual. Buscar-se-á abordar todas as questões inerentes ao tema, deixando claro, logicamente, que o leitor possui toda a liberdade de questionar e de mandar suas dúvidas.

Que Oxalá nos ilumine! Um bom estudo a todos!


ESPÍRITOS DA UMBANDA - BOIADEIROS





Iremos tratar neste humilde texto de espíritos trabalhadores da Umbanda, que simbolizam a  coragem, força, virilidade, honestidade e a robustez. São eles nossos amigos Boiadeiros.

Os Boiadeiros também integram a chamada Linha Intermediária ou Auxiliar, podendo atuar livremente tanto nas linhas de direita quanto de esquerda.


São espíritos de peões, tropeiros, antigos vaqueiros do sertão, pessoas que tiveram sua vida dedicada à lida com o gado. Os espíritos integrantes dessa linha também são chamados de Caboclos de Couro, expressão dada para diferenciar dos Caboclos de Pena, que são espíritos de índios.

Esses espíritos podem se apresentar como Caboclos Boiadeiro, mais ligado à mata, à Oxossi, à Jurema ou como Baiano Boiadeiro, entidade mais ligado à Bahia e semelhante  aos espíritos de Baianos. Ademais, todos integram a linha de boiadeiros. Sabe-se que os antigos vaqueiros rodavam o país inteiro, montado em seu cavalo, tocando o gado. Por essa razão, essas entidades não são caracteristicas apenas de uma região, mas de todo o país.
Por isso, existem pontos cantados que falam na Bahia, em Minas Gerais,etc.


Esses espíritos por utilizarem quando encarnados, usam em seus trabalhos o chapéu e  jaleco de couro, o lenço vermelho, cordas de laço, berrante,etc.

A linha de Boiadeiro possui um significado interessante. Esses espíritos de homens corajosos, fortes e destemidos, passaram a trabalhar no plano espiritual contra a demanda e forças negativas. O boi de agora, nada mais é do que os Kiumbas, as forças negativas que precisam ser laçadas e controladas. Sua boiada também pode significar os filhos de fé que são "tocados" em direção à evolução.

A manifestação desses espíritos no terreiro é de fácil reconhecimento. Geralmente chegam com o braço direito levantado e girando, como se estivesse laçando com sua corda. Seu brado soa como se estivesse tocando gado: "Êêê Boi".

Esses espíritos são sérios, carrancudos, disciplinados, não gostam de bricadeira e nem de meio termo. Tem uma linguagem difícil, típica do homem rude do sertão. Dão seus conselhos, seus passes, fazem seus trabalhos com a maior humildade e simplicidade. Utilizam-se de cachaça, de cigarros de palha ou charutos. Gostam de usar chapéu de couro, de ter nas mãos seu laço de corda, instrumentos que utiliza em seus trabalhos.

Esses espíritos atuantes da Umbanda, também podem ser encontrados nos chamados Candomblés de Caboclo, ligados à nação de Angola, com algumas caracteristicas diferentes. (Quem quiser conhecer mais sobre o candomblé de caboclo, acesse: http://www.youtube.com/watch?v=uHlZILXepFQ ).

Gostam da comida dos tropeiros, em especial da carne de sol.

Em suas oferendas, utiliza-se a carne de sol, a cachaça, o fumo e velas que podem ser das cores laranja ou vermelha. São grandes protetores das criações, plantações,etc.
Sua oferenda, preferencialmente, é realizada nas campinas ou beira de estradas.

Assim como os demais espíritos da Umbanda, eles são organizados em falanges, sendo as mais conhecidas:

Chico da Porteira;

Zé do Laço;

Zé da Campina;

Tião;

Zé Mineiro;

Serra Negra;

Boiadeiro Navizala;

Laço Nervoso;

Carne de Boi;

Zé do trilho;

Serafim;

João Bento;

etc.

Sua saudação, popularmente conhecida, é "Xetruá" "Xetro Marrumbaxêtro". Essas saudações não possuem um significado claro. Muitos defendem que elas são inerentes a forma como os boiadeiros dão seu brado quando tocam o gado.
  

PONTOS CANTADOS

Os pontos cantados para a linha de Boaideiros, falam sobre a vida desses espíritos. Sua luta diária no sertão, o uso do berrante, do lenço do chapéu de couro, a lida com o gado, etc. Seguem abaixo, alguns dos pontos cantados usadados para chamar e louvar nossos queridos irmãos e guias Boaiadeiros.

PONTO 01

Quem vem lá é dois, dois de ouro,
Quem vem lá boiadeiro sou eu!
A cancela do meio bateu,
Sou eu, boiadeiro, sou eu!

Boiadeiro, boiadeiro,
Sua boiada esparramada,
Boiadeiro chama seu guia,
E vai ver sua boiada!

PONTO 02

Zé do Laço corre a gira,
Chico Bento abre a porteira,(2X)

Olha lá quem vem chegando,
Vem chegando é Boiadeiro!(2X)

Zé do Laço é, ele é laçador!(2X)
Ele vem pra trabalhar, com Deus e nosso Senhor!(2X)

PONTO 03

Bate o tambor de mina,
que eu vou chamar boiadeiro,
Caboclo bom que no laço,
Eu nunca vi tão ligeiro! (2X)

Chegou João Boaideiro,
Abre cancela senhor,
A minha saudação na Santa Paz do Senhor,
Meu gado deixei lá fora, avise quem me chamou!

Bate o tambor de mina,

que eu vou chamar boiadeiro,
Caboclo bom que no laço,
Eu nunca vi tão ligeiro! (2X)

Conhece aonde tem pasto,
Para seu gado leiteiro,
No gongá conhece o filho,
Que é bom e verdadeiro!

Bate o tambor...

PONTO 04

Xetruê, Xetruá
Corda de laçar meu boi!

Xetruê, Xetruá,
Corda de meu boi laçar! (2X)

Seu Boiadeiro,
cadê sua boiada? (2X)

Seu Boiadeiro por aqui choveu!
Seu Boiadeiro por aqui choveu!

Choveu, choveu e relampeou!
Foi tanta água, que seu boi nadou!
Foi tanta água, que seu boi nadou!

PONTO 05

Eu tenho meu chapéu de couro,
Eu tenho a minha guiada,
Eu tenho meu lenço vermelho,
Para tocar minha vaquejada! (2X)

PONTO 06

De lá vem vindo,
De lá vem só,
De lá vem vindo a força maior! (2X)

De lá vem vindo Boiadeiro,
De lá vem só!
Venha trazendo a força maior!

De lá vem vindo...

PONTO 07

A menina do sobrado,
mandou me chamar pra seu criado! (2x)

Eu mandei dizer a ela,
Estou vaquejando meu gado!

Êêê Boiadeiro, eu gosto de samba arrodeado (2X)

PONTO 08

Seu João Carreira, na estação da Leopodina,
Vinha carreando boi lá pras bandas de Minas!

Ô Mineiro ê,
Ô Mineiro á (2X)

Que coisa mais linda, povo de Minas não há (2X)

PONTO 09

Nas tranças do seu cabelo,
Eu bebi água de gravatá, seu Boiadeiro! (2X) 
Eu bebi água de gravatá seu Boiadeiro,
E de chapéu de couro! (2X)

Seu Boiadeiro cadê sua boiada? (2X)
Sua boiada ficou lá em Belém, seu chapéu de couro ficou lá também! (2x)

PONTO 10

Pedrinha miudinha!
Pedrinha de Aruanda ê!
Lajeiro, tão grande!
Tão grande de Aruanda ê!

PONTO 11

Boa noite, meu senhores (2X)
Dai-me licença, para o cavaleiro! (2X)

Eu morei, em matara fechada (2X)
O meu nome é Caboclo Vaqueiro (2X)

Boa noite...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

TRABALHO DE PRAIA

Na madrugada do dia 04 de dezembro de 2011, a Tenda de Umbanda Filhos da Vovó Rita, realizou sua última sessão do ano. Como de praxe,  a sessão ocoerreu na Praia de Itaguaçu, São Francisco do Sul - Santa Catarina.

O "trabalho de praia" é um dos principais cruzamentos da casa. Durante o ano, a Tenda realiza sessões nas matas, cachoeiras, etc., pontos da natureza em que se busca, de forma mais intensa, a energia dos Orixás. O mesmo ocorre na praia. Trata-se de um trabalho sério, de suma importância, onde se realiza o amaci de Iemanjá e Ogum, o qual serve para encerramento e ao mesmo tempo, abertura do novo ano.

Além de Ogum e Iemanjá, Iansã também foi homenageada, em razão da sessão ocorrer exatamente em seu dia - 04 de dezembro. Outros Orixás também foram reverenciados e seus guias e falangeiros se manifestaram nos médiuns ali presentes, trazendo força, energia e principalmente, luz para a coroa de cada um.


Foi um trabalho muito bonito, de muita luz e energia. Acreditamos que todos que ali estavam, puderam sentir uma vibração mais forte e certamente leveram essa energia, oriunda da Rainha do Mar, para suas vidas.  























sexta-feira, 18 de novembro de 2011

II FESTIVAL PARANAENSE DE CURIMBAS DE UMBANDA


No dia 27 de novembro de 2011 acontecerá a 2ª edição do Festival Paranaense de Curimbas de Umbanda, evento destinado a divulgação da Religião de Umbanda e a confraternização e interação de seus adeptos.

Neste ano o evento será realizado no Teatro Guaíra, Curitiba/PR, com início previsto para às 15:00. O ingresso será uma lata de leite em pó. A arrecadação será destinada ao Programa do Voluntariado Paranaense – PROVOPAR.

O evento é uma iniciativa da FUEP - Federação Umbandista do Estado do Paraná, e conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Curitiba através da Fundação Cultural de Curitiba, do Governo do Estado do Paraná, Secretaria da Cultura, PROVOPAR, Centro Cultural Teatro Guaíra e Rádio e TV Educativa do Estado do PR.

Este ano o Festival contará com as seguintes atrações:

· Curimba do Terreiro Tio Antonio de Curitiba, Campeã das Campeãs do 7° Atabaque de Ouro (Rio de Janeiro), edição 2011;

· Gide Ferreira com o monólogo "Suor de Preto";

· Grupo “Os Encantados” de Curitiba e

· Coral “Abraça a Umbanda” do Rio de Janeiro, composto por 27 vozes, dentre eles Tião Casemiro, José Carlos de Oxossi, Mano Lopes, Beatriz Nascimento, Ogan Daniel e Afonso de Xangô.

Além dessas atrações, apresentarão suas cantigas em busca do prêmio de melhor curimba do Paraná 2011 os seguintes Terreiros:

* Terreiro de Umbanda Vovó Zimba do Congo

* Tenda de Umbanda Filhos da Vovó Rita (Mafra/SC)

* Terreiro de Umbanda Luz Divina

* Terreiro de umbanda guerreiros de oxala

* Centro Espiritualista Caboclo Tupinambá

* Terreiro de Umbanda Ogum das Águas

* Comunidade Umbandista Filhos de Fé

* ASSEMA

* TUROMM

* Tenda de Umbanda Sereia 7 Ondas

O evento será transmitido pela rede Paraná Educativa e terá cobertura da Rede Massa.

Vamos prestigiar!

Jefferson LG



domingo, 9 de outubro de 2011

ESPÍRITOS DA UMBANDA - BAIANOS

Ante o sucesso da série de estudos "Orixás da Umbanda",  surgiu a necessidade de prosseguir os estudos sobre nossa sagrada religião. Uma vez que os Orixás já foram comentados, é chegado o momento de falar dos espíritos, das entidades que atuam na Umbanda, que comandam nossos trabalhos e que nos trazem mensagens do plano espiritual. Buscar-se-á abordar todas as questões inerentes ao tema, deixando claro, logicamente, que o leitor possui toda a liberdade de questionar e de mandar suas dúvidas.

Que Oxalá nos ilumine! Um bom estudo a todos!

ESPÍRITOS DA UMBANDA - BAIANOS



Seguindo nossa série de estudos que abordam os espíritos que atuam na religião de Umbanda, iremos tratar neste texto de espíritos alegres, que gostam de batuque, de dançar, de dar risada. Porém, apesar dessas características, são eles grandes trabalhadores e guerreiros da Umbanda.

Com a Linha de Baianos, passamos a tratar da chamada "Linha intermediária" ou "Linha auxiliar", designada por alguns. Essa linha intermediária, integrada por baianos, boiadeiros, ciganos e marinheiros, é assim designada em razão de agrupar falanges de trabalho que não integram a chamada "direita", que é formados por espíritos mais ligados aos Orixás, portanto tidos como mais elevados. E também por não integrarem a chamada "esquerda" que é formada por Exus e Pombagiras, os quais possuem um trabalho mais denso e específico do que os demais.

Dessa forma, são eles intermediários ou auxiliares, tanto da direita quanto da esquerda. Por existir esse livre trânsito nas linhas espirituais, os baianos podem ser encontrados tanto em uma sessão de direita, como de esquerda, dependendo das regras da casa. Ou, como acontece na maioria dos terreiros, possuírem um dia específico apenas para o trabalho dessa linha. 
  
A Linha dos Baianos  é, ao meu ver, uma das maiores provas de que a Umbanda é uma religião extremamente brasileira. Isso porque, é impossível imaginar uma linha de trabalho intitulada de baianos, na  Atlântida, na África ou em outros continentes que muitos defendem por aí.  

Outra questão que sempre gera dúvidas nos umbandistas iniciantes ou simpatizantes é o por que de uma linha intitulada Baianos? Será que existem também a linha dos gaúchos, cariocas, paulistas? 

A resposta é negativa. A opção da espiritualidade pela Bahia é lógica. Pois foi esse Estado a porta de entrada dos Orixás e toda a cultura africana no Brasil. Até nos dias atuais, ao falarmos da Bahia, logo imaginamos miçangas, Orixás, candomblé, etc. Esse lugar mistico que recebeu os filhos da mãe África ficará marcada para sempre. Dessa forma, a espiritualidade permitiu a organização de linhas de trabalhos que se manifestariam nos terreiros sob a proteção de Nosso Senhor do Bonfim, e que trariam todo o conhecimento da magia dos ancestrais. 

A Linha de Baianos é muito conhecida e requisitada para o desmanche de trabalhos de magia negra, para a realização de rituais de "abertura de caminhos", para encaminhamento de kiumbas e espíritos sofredores, entre outros. Apesar desse trabalho sério e respeitável, suas sessões são marcadas pela alegria, pela risada, pela dança. Todavia, não devemos esquecer que, apesar dessa forma de trabalho alegre, eles merecem o nosso respeito, assim como qualquer outra entidade que se manifeste à serviço da Umbanda. 

Em seus trabalhos, os baianos e baianas, utilizam-se de charutos e cigarros, como forma de descarrego e energização do ambiente, bem como a bebida alcoólica, geralmente a batida de coco,  também utilizada como ponto energético entre o guia e o médium. Utilizam-se também do coco fruta, para desmanche de trabalhos e realização de magias, bem como a "fundanga" (pólvora), para a limpeza e desobsessão. 

Também há muitas perguntas se a entidade que se manifesta como Baiano ou Baiana, de fato nasceu ou morou no Estado da Bahia? A resposta também é negativa. 
Nem todos os Baianos que vêm à terra realmente o foram em suas vidas passadas. Isso porque ao adentrar a Lei de Umbanda o espírito perde sua identidade e passa a integrar uma falange, uma Linha de trabalho, na qual aprende suas técnicas e magias nas escolas de Aruanda. Assim, o nome que  uma entidade passa em um terreiro, não significa que esse era seu nome quando encarnado, mas sim o nome da falange na qual integra. 


As falanges mais conhecidas da Linha de Baiano são:


- Mané Baiano
- Zé Baiano
- Zé da Estrada
- Zé da Estrada e dos Trilhos
- Zé do Côco
- Zé do Côco de Pernambuco
- Zé Tenório
- Zé Pereira
- Zeca do Côco
- Zézinho Bahiano
- Chico Baiano
- João Baiano
- Severino
- Joaquim Baiano
- Carcará
- Pai Baiano

- Juventino
- Juvêncio
- Baiana das Rosas
- Baiana das Miçangas
- Rosa Baiana
- Maria do Balaio
- Maria do Rosário
- Etc..
Suas cores são o vermelho e/ou laranjado. 
Suas oferendas levam velas vermelhas ou laranjas, côco, charutos,  farofa de carne de sol e batida de côco ou marafo, dependendo da entidade.
Não possuem um dia específico para sua louvação.
Não possuem saudação específica, sendo mais comum a utilização de "Salve o Povo da Bahia!".

PONTOS
Os pontos cantados dessa Linha refletem seus trabalhos, sua mística, bem como, transmitem sua alegria. Seguem abaixo, alguns dos pontos mais conhecidos.

PONTO 01

Se ele é baiano, agora que eu quero ver,
Dançar catira no azeite de dendê!
Eu quero ver, os Baianos de Aruanda,
Trabalhando na Umbanda,
Pra quimbanda não vencer!


Eu quero ver, os Baianos de Aruanda,
Trabalhando na Umbanda,
Pra quimbanda não vencer!

PONTO 02


Ai, meu Senhor do Bonfim! 
Bahia São Salvador!
Vamos saravá minha gente!
Que o povo da Bahia já chegou!


PONTO 03


Se ele é Baiano ele arrebenta a sapucaia!
Se ele é Baiano ele arrebenta a sapucaia!


Êêê meu Pai, Ele arrebenta a sapucaia!
Êêê meu Pai, Ele arrebenta a sapucaia!


Se ele é da Bahia esse baiano vale ouro!
Se ele da Bahia, salve seu chapéu de couro!


PONTO 04 


Bahia, ô África!
Vem cá, vem nos ajudar!


Bahia, ô África!
Vem cá, vem nos ajudar!


Povo Baiano,
Povo Africano,
Vem cá, vem nos ajudar!


PONTO 05


Se eu sou da Bahia,
de São Salvador!
Eu sou mensageiro de muita paz
e de muito amor!


Se eu sou da Bahia,
de São Salvador!
Eu sou mensageiro de muita paz
e de muito amor!


A Baiana é boa!
Todo mundo acha!
Na cidade alta!
Na cidade baixa!  

Cristo nasceu na Bahia,
Assim diz o ditado,
Quem for à Bahia,
Fica mau acostumado!


PONTO 06


Quando eu vim lá da Bahia,
Eu trouxe meu patuá,
Terreiro que tem mironga,
Baiano vai mirongar!


Bahia êêê,
Bahia êêá



Bahia êêê,
Bahia êêá


PONTO 07


Mas Baiano chegou da Bahia,
E o batuque não pode parar!
Com seu colar de miçanga,
É na gira de Pai Oxalá!


Mas Baiano chegou da Bahia,
E o batuque não pode parar!
Com seu colar de miçanga,
É na gira de Pai Oxalá!


Ôôôô
O batuque não pode parar!
Ôôôô
É na gira de Pai Oxalá!


PONTO 08


Quando eu cheguei da Bahia,
Estrada eu não via!



Quando eu cheguei da Bahia,
Estrada eu não via!


Cada encruza que eu passava,
Uma vela eu acendia!


Cada encruza que eu passava,
Uma vela eu acendia!


PONTO 09


Ô na Bahia tem,
diz que tem ouro fino,
doz que tem ouro em pó, oi!





Ô na Bahia tem,
diz que tem ouro fino,
doz que tem ouro em pó,
diz que tem ouro fino,
diz que tem ouro em pó


pimenta da costa,
da costa ioió


diz que tem ouro fino,
diz que tem ouro em pó

pimenta da costa,
da costa ioió



PONTO 10


Ô na Bahia, corre água sem chover!
Ô na Bahia, corre água sem chover! 
Se água do côco é doce,
Eu também quero beber!



Se água do côco é doce,
Eu também quero beber!

Ô na Bahia tem gente que sabe ler!
Ô na Bahia tem gente que sabe ler!


Tem também os dois baianos,
que desmancham cangerê! 




PONTO 11 


Pisa Baiano,
Pisa lá que eu piso cá!
Pisa Baiano,
Quero ver você pisar!
Pisa Baiano,
Como esta coisa é boa,
Nunca vi o Rei de Umbanda,
Trabalhar sem a coroa!


PONTO 12


Vamos Baianada,
Pisar no Catimbó!
Para amarrar os inimigos,
Na pontinha do cipó!

Vamos Baianada,
Pisar no Catimbó!
Para amarrar os inimigos,
Na pontinha do cipó!


PONTO 13


Na Bahia tem um côco,
Este côco tem dendê!

Na Bahia tem um côco,
Este côco tem dendê!


Mas me diga como é que se come este côco!
Este côco é bom de comer!

Me diga como é que se come este côco!
Este côco é bom de comer!

PONTO 14

Mas eu fui pra Bahia,
Fazer uma promessa  ao Senhor do Bonfim!
Bem que eu queria, seguir na Umbanda até o fim!

Mas eu fui pra Bahia,
Fazer uma promessa  ao Senhor do Bonfim!
Bem que eu queria, seguir na Umbanda até o fim!


Me ajuda, me dê paz e saúde ó Senhor do Bonfim!
Me ajuda, me dê paz e saúde!

Me ajuda, me dê paz e saúde ó Senhor do Bonfim!Me ajuda, me dê paz e saúde!

PONTO 15

Baiana da saia rendada,
O tabuleiro tem axé!
A Baiana está requebrando,
Oi, como dança no candomblé!

PONTO 16

Baiana faz e não manda,
Nem tem medo de demanda!

Baiana faz e não manda,
Nem tem medo de demanda!

Baiana feiticeira,
Filha de Nagô,
Trabalha com pó de pemba,
Pra ajudar Babalaô!

Baiana feiticeira,
Filha de Nagô,
Trabalha com pó de pemba,
Pra ajudar Babalaô!

Baiana sim, Baiana vem,
Quebra mandinga com dendê!

Baiana sim, Baiana vem,
Quebra mandinga com dendê!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

DEUS NA UMBANDA


DEUS NA UMBANDA

A Umbanda é uma religião monoteísta, ou seja, acredita na existência de um Deus Supremo, incriado, criador de tudo e de todos. Dele, provém todas as formas e manifestações de vida.


Foi Deus Supremo quem criou os Orixás, os espíritos e todos os planetas e astros existentes no universo. Esse Deus pode ser chamado de diversos nomes, tais como, Zambi, Olorum, Olodumaré, etc. Tais denominações são influencias das nações africanas que chagaram ao Brasil durante o período da escravidão.

Assim como na Umbanda, o Candomblé, em todas as suas nações, também acredita na existência de um Deus Supremo.

Para o povo Bantu (nação Angola) esse Deus Supremo é chamado de Nzambi (Zambi). O Culto a Nzambi não tem forma nem altar próprio. Só em situações extremas eles rezam e invocam Nzambi, geralmente fora das aldeias, em beira de rios, embaixo de árvores, ao redor de fogueiras. Não tem representação física, pois os Bantu o concebe como o incriado, o que representa-lo seria um sacrilégio, uma vez que Ele não tem forma. No final de todo ritual Nzambi é louvado, pois Nzambi é o princípio e o fim de tudo. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Nzambi).

Para o povo Yorubá (nação Ketu) o Deus Supremo é chamado de Olorum ou Olodumaré. É Ele o Dono do Orun céu e Criador do Orun e do Aiye, o céu e a terra. É associado fortemente com a cor branca, e controla tudo. É o Deus Pai Criador de tudo e de todos. Embora reconhecido e louvado como Único e Soberano, não existe templo individual para Ele. De acordo com um dos mitos da criação yoruba, ele delegou os poderes de criação do Aiye para seu primeiro e mais velho filho Orisanla ou Obatalá. “KOSI OBA KAN AFI OLORUN” – “Nao há outro senhor senão Deus!”.

Para o povo Ewe-Fon (nação Jeje), o Deus Supremo é entendido como a união de duas divindades, uma masculina chamada de Lissá e outra feminina, chamada de Mawu. A união dessas divindades forma Mawu-Lissá, o responsável pela criação de tudo e de todos.

Percebe-se que, mesmo sendo designado por nomes distintos, dependendo a nação, esse Ser recebe os mesmo atributos e devoções. Ou seja, trata-se de um ser Superior, Soberano, acima dos Orixás, Voduns, Nkises e espíritos em geral. È o Senhor de tudo e de todos, onisciente, onipresente e onipotente. Não possui representações em imagens e não possui templo próprio, pois seu templo está em todos os lugares.

Com a fundação da Religião de Umbanda no Brasil, foi absorvido, em especial, as denominações ZAMBI e OLORUM para designar o Deus Supremo. Além disso, em razão das influências indigenas, é também muitas vezes chamado de TUPÃ ou, pela influência católica, chamado simplesmente de DEUS.

Dependendo da Linha de onde vem as entidades que se manifestam em nossas casas, elas podem usar qualquer das expressões acima, sem que isso signifique se tratar de uma divindade distinta. Pois, Deus é único, o que muda é a forma pelo qual o chamamos.

Assim, é muito comum ver pontos cantados que ora falam em Zambi, ora falam em Olorum. Ora falam em Tupã ora, simplesmente, em Deus. E isso se dá, como visto, pela associação e influencia recebida pela Umbanda em sua formação.

Na Umbanda também não há representações materiais para Ele, pois está acima de tudo. Se estamos encarnados, se temos a mediunidade, se temos a oportunidade de evoluir, é por que Ele, Deus Supremo, em sua infinita bondade e misericórdia, permitiu.

Assim, pela sua importancia merece e deve ser louvado, antes ou depois das sessões espirituais.


ORAÇÃO À ZAMBI

Pai Zambi, criador de nossa Aruanda e do espaço em que vivemos onde chamamos de terra, poderoso é vosso nome e grande é vossa misericórdia, e em nome de Oxalá recorremos a vós, nesse momento, para pedir a benção para nosso caminhar rumo a sua Vontade. Que vossa Divina Luz incida sobre mim e meus irmãos.

Com vossas mãos retire todo o mal, todos os problemas e todos os perigos que estejam em nosso caminhar.

Que as forças negativas que nos abatem e nos entristecem se desfaçam ao sopro de vossa Benção.

O vosso poder destrua todas as barreiras que impedem o nosso progresso rumo a sua Verdade.

E de Aruanda, Vossas virtudes penetrem em nosso espírito, dando paz, saúde e prosperidade. Abra Zambi, os nossos caminhos. Que nossos passos sejam dirigidos por vós para que não tropecemos em nossa caminhada.

Agradecemos em nome de Zambi, de todos os Orixás e dos Espíritos de Luz que nos acompanham.

Assim seja.

AUTOR: Alex de Oxóssi


 ORAÇÃO À OLORUM

"Olorum, meu Deus, criador de tudo e de todos. Poderoso é o vosso nome e grandiosa e vossa misericórdia.
Em nome de Oxalá, recorro a vós nesse momento, para pedir-lhe a benção durante meu caminhar rumo a vossa Vontade.

Que Vossa Divina Luz incida sobre tudo que criaste.

Com Vossas mãos retirem todo mal, todos os problemas e todos os perigos que estejam em meu caminhar.

Que as forças negativas que me abatem e que me entristecem, se desfaçam ao sopro de Vossas bênçãos.

Que o Vosso poder destrua todas as barreiras que impedem meu progresso rumo a Tua verdade.

E que Vossas virtudes penetrem e meu espírito dando-me paz, saúde e prosperidade.

Abra Senhor os meus caminhos, que meus passos sejam dirigidos por Vós para que não tropece em minha caminhada.

Assim seja! Salve Olorum!”








T.U. Filhos da Vovó Rita

T.U. Filhos da Vovó Rita