quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Pai André discursa na Câmara de Vereadores de São Bento do Sul/SC

                                     No dia 23 de novembro de 2015, o dirigente da Tenda de Umbanda Filhos da Vovó Rita, Pai André de Xangô, foi convidado para usar a Tribuna e representar as religiões de matriz afro-brasileiras em razão da passagem do dia da consciência negra (20.11).






"Senhores vereadores,

A escravidão é, sem dúvida, uma mancha que o Brasil levará para sempre em sua história. Pouco se fala, muitos tentam esquecer ou minimizar. Mas o que aconteceu nesse país foi uma das maiores atrocidades que a humanidade já viu.

Negros da costa da África foram arrancados de seu país, de seu continente e trazidos a força para o Brasil e demais países da América, acorrentados como animais, para prestar serviço braçal até a morte aos senhores brancos.

Tiveram suas famílias destruídas. Foram vendidos separadamente e espalhados por esse país. Crianças foram abusadas. Velhos foram mortos. Jovens eram levados para prestar serviço braçal. Apanhavam de chicote, eram mutilados, torturados. Na senzala, local onde se abrigava inúmeros negros, passavam fome, frio e padeciam de várias enfermidades.

Mas, com todo o respeito as demais etnias e povos que vieram engrandecer esse país, o povo africano é o que mereçe ser para sempre lembrado com honrarias no Brasil! São eles os verdadeiros heróis de nossa nação!

Com o fim da escravidão, em 13 de maio de 1888, o negro passou a ser reconhecido como “ser humano”, porém os ecos das ofensas, discriminações e humilhações teimam em soar até hoje.

Podemos citar como exemplo a perseguição que vem ocorrendo em face dos refugiados Hatianos, os quais, apenas por serem negros, são humilhados, agredidos e até mortos.

O racismos não perdoa nem os artistas famosos, como a Taís Araújo e jornalista Maria Júlia Coutinho (Maju), as quais foram vítimas de racismo em uma rede social.

Jogadores de futebol, também constantemente são alvos de manifestações racistas (como barulho de macaco e bananas lançadas no gramado) quando tocam na bola. Inúmeros são exemplos dos atos racistas que ocorrem no país, ecos da escravidão.

Deve se destacar ainda, que o racismo não abrange apenas a discriminação da pessoa negra. Mas também a discriminação de sua cultura e religiosidade.

Os adeptos das religiões afro-brasileiras, mesmo muitos não sendo negros, sofrem essa forma de racismo, através de atos de intolerância religiosa praticadas por pessoas de segmentos neo pentecostais.

Pessoas ilustres, brancas, de todas as classes sociais, se renderam a religiosidade Africana, mas isso pouco mudou a concepção embutida na sociedade de que tal prática é contrária as “leis da Igreja”.

Senhores vereadores, São Bento do Sul tem Axé!

Centenas de cidadãos, durante os fins de semana, se vestem de branco para louvar seus Orixás. Nossa Cidade é rica em cultura, e é inegável que a cultura africana, juntamente com a cultura dos povos europeus, se faz presente em nossa Cidade.

Porém, muitas vezes, nos sentimos vivendo ainda a época da escravidão.

Nossos irmãos ainda são discriminados, chamados de macumbeiros, feiticeiros entre outras ofensas a sua ancestralidade e cultura.

Pobre daquele que pensa dessa forma, pois Cultuamos o mesmo Deus, na pessoa de suas divindades, os sagrados Orixás que são as forças da Natureza.

Temos uma casa de Umbanda aqui em São Bento, denominada “Tenda Zé Pilintra”, do Pai Carlinhos Xavier, a qual quando rufa seus tambores, recebem as pedras da intolerância. Tanto é que tiveram que abolir os tambores de seu ritual para não serem vítimas de agressões físicas e morais.

Estão tentando calar nossos tambores! 

É chegada a hora de darmos um basta! 

É preciso que respeitemos as diferenças, culturais e religiosas. 

Precisamos de mais amor e menos ódio.

Que os Sagrados Orixás e nosso Pai Oxalá abençoe os nobres vereadores e toda comunidade de São Bento do Sul!

Muito axé a todos nós.".

(Pai André)

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Festa de Xangô 2015

Aconteceu no dia 03.10.2015 (sábado) a Sessão Festiva em homenagem ao Orixá Xangô. Tal homenagem é realizada em razão do sincretismo realizado com São Jerônimo, cujo dia é 30.09, 

A sessão teve início às 18 horas com a visita da Tenda de Umbanda Jurema de Oxossi, da Mãe Susana e Pai Joacir. Após as palestras preliminares, ocorreu a gira de Xangô, a qual foi comandada pelo Caboclo 7 Pedreiras e Caboclo Ronco da Cachoeira. A energia dos falangeiros de Xangô é indescritível, trazendo grande força e axé para os filhos da casa. 

Em seguida, foi chamado a Linha de Yansã, Oxum e Iemanjá, para energizar ainda mais a sessão!
Que o Rei Xangô nos cubra com sua Justiça e nos defenda com seu machado sagrado, para que, com a força do Leão, possamos vencer os obstáculos da vida e alcançar a evolução que tanto necessitamos!

Kaô Kabelilê!

Quer saber mais sobre a linha de Xangô? Acesse: http://filhosdavovorita.blogspot.com.br/2010/10/orixas-da-umbanda-xango.html

Abaixo segue o momento de chegada dos falangeiros de Xangô e dos Caboclos!





segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Festa de Cosme e Damião 2015

Aconteceu no dia 26.09.2015 (sábado) a Sessão Festiva em homenagem à São Cosme e Damião e a Ibeijada.

A sessão teve início às 18 horas com as palestras preliminares. Após, ocorreu a gira de Ogum, onde os guerreiros da casa deram a segurança e a proteção devida para o trabalho das crianças. 

Em seguida, foi chamado a Linha de Ibeijada, para trazer a alegria e a doçura no caminho dos filhos de fé e simpatizantes. Para encerrar, foi chamada a Linha de Pretos Velhos, para dar consultas e passes (todos gratuitos) e deixar as mensagens edificantes para o espírito de todos!


Abaixo segue o momento de chegada dos falangeiros de Ogum e dos Pretos Velhos na festa de Ibeijada!






quarta-feira, 22 de julho de 2015

A Umbanda é uma religião que adora imagens?

Frequentemente somos acusados de "idólatras" por pessoas do movimento evangélico, em razão de utilizarmos imagens de Santos, Orixás e demais Entidades no Altar de nossa Tenda. Até mesmo alguns irmãos Kardecistas nos atacam sob esse pretexto.

Pois bem, creio que alguns esclarecimentos devem ser feitos.

Em primeiro lugar, antes de tecer comentários acerca da religião alheia, o mínimo que se espera é que o comentário seja fundado no conhecimento. Caso contrário, se trata de mero "pré-conceito".

Todo e qualquer frequentador da Tenda, e da Umbanda em maneira geral, sabe muito bem que as imagens constantes no altar, são meras representações de gesso sem qualquer poder mágico ou misterioso.

As imagens apenas servem como representações dos Orixás e Guias com os quais trabalhamos. Analogicamente, podemos dizer que as imagens servem como uma fotografia de uma pessoa querida.
Quando alguém da família falece ou está distante, é comum que o ente familiar, trate com carinho a fotografia da pessoa ausente, conseguindo, através dela, sintonizar o amor e amenizar a saudade.

As imagens de Santos, Orixás e Guias exercem a mesma função. Sabemos que ali estão apenas imagens inanimadas de gesso, mas ao olhar para ela, conseguimos sintonizar em pensamento, a presença desses seres da Luz. Nós não adoramos imagens!

Existem hoje, inúmeras casas de Umbanda que já aboliram as imagens de seus altares. Mas tal fato não faz com que essas casas sejam melhores ou piores das que ainda as possuem.

Além das imagens, como visto, constituírem em um "link" para se acessar a espiritualidade, elas também propiciam ao médium e aos visitantes, a sensação de estar em um ambiente sagrado, assim como quando se entra em uma Igreja Católica.

Também, existe a própria questão histórica do uso de imagens, em razão do sincretismo forçado que os escravos tiveram de fazer, para manter vivo o culto aos Orixás.

De qualquer forma, a imagem de gesso não é elemento indispensável para a Umbanda, mas quando utilizada deve ser bem explicada e entendida pelo corpo mediúnico e demais adeptos. O fato de ter ou não imagens é opcional e o que importa de verdade dentro de uma corrente mediúnica é a fé a seriedade com que está sendo desenvolvido os trabalhos espirituais.

A imagem não tem vida, isso é fato! Mas ela representa uma Luz e uma Energia de dimensões que só quem está na Umbanda consegue explicar!

Jefferson L. Grossl

domingo, 21 de junho de 2015

A PEDRADA DA INTOLERÂNCIA

A pedra lançada contra a menina Kayllane Campos de 11 anos no último dia 14.06, no Rio de Janeiro, demonstra a emergencial necessidade de a sociedade brasileira discutir o tema da intolerância religiosa.

Não se pode mais acreditar que o Brasil é um país em que as diversas crenças convivem de forma pacífica e harmônica. Longe de ser um fato isolado, a agressão ao grupo de adeptos do Candomblé por “fanáticos”, demonstra que o limite da tolerância religiosa em nosso país já foi ultrapassado.

Quando pessoas, com bíblias nas mãos, se acham no direito e no dever de atacar pessoas que não comungam da mesma crença; quando uma bancada religiosa se instala no Congresso Nacional e tenta impor sua crença e influenciar as decisões de um Estado laico; quando temas envolvendo a ciência passam a ser censurados em razão da ideologia religiosa, é sinal de que o país está prestes a adentrar em sua própria “Idade das Trevas”.

Há tempos se é denunciado e noticiado ataques contra os templos e adeptos das religiões afro-brasileiras, por pessoas ditas "evangélicas", que com a bíblia na mão invadem, destroem, agridem e ameaçam templos e pessoas que não compartilham da mesma doutrina religiosa. Noticiou-se, inclusive, à pouco tempo, que no Complexo do Lins, no Rio de Janeiro, traficantes convertidos à seitas evangélicas, proibiram os moradores de usar roupas brancas nas favelas e os terreiros daquela comunidade tiveram que mudar de endereço.

Mas, de onde vem tanto ódio?

Líderes Evangélicos são unânimes em dizer que jamais incitaram seus fieis à realizar qualquer ato de violência contra pessoas de outras religiões. Todavia, entre o discurso e a prática existe uma grande distância. Ressalta-se, para não generalizar, que existem segmentos evangélicos que pregam a tolerância e a paz com as demais religiões e que procuram seguir de forma verdadeira os ensinamentos de Cristo.

Mas, infelizmente, não é necessário realizar grandes esforços para encontrar nos canais do “youtube” ou na própria programação de TV, vários programas de “seitas evangélicas” proferindo discursos denegrindo a imagem das religiões afro-brasileiras e associando seus adeptos à “adoradores do diabo”.

Inclusive, um desses líderes, hoje deputado federal, chegou a “profetizar” o sepultamento de todos os pais e mães de santo do Brasil e o fechamento de todas as casas de “macumba”.
Outra seita, que ganhou notoriedade após protagonizar o famoso “chute na santa”, possui em sua programação um quadro exclusivo de pessoas denominadas de “ex-bruxos” que prestam depoimentos afirmando que quando freqüentavam as religiões afro-brasileiras eram adeptos do “demônio” e praticavam o mal.

Isso, sem contar as diversas novas seitas que ocupam a programação de rádio/televisão que, além de explorar financeiramente seus fieis, utilizam-se de nomes, objetos e instrumentos sagrados das religiões afro-brasileiras para associá-las aos demônios e a maldade. Inclusive muitas dessas “entidades” manifestadas no grande “teatro” dão entrevistas, pedem dízimo e se identificam como a razão dos problemas na vida das pessoas.

Pois bem, é evidente que, ainda que não haja um discurso direto de ódio, tais seitas evangélicas (deixo claro que não são todas) disseminam o diariamente o ódio aos adeptos e elementos das religiões afro-brasileiras. Ou seja, ainda que não incitem seus fieis a agredir outras pessoas, eles incutem no psicológico dos mesmos que tais “demônios” são responsáveis pelo mal e o sofrimento da humanidade e que devem ser combatidos, pois “é dever do cristão combater o inimigo”.

Tal mensagem, indubitavelmente, faz com que o fiel, em especial o de baixa escolaridade, tenha a certeza de que os Orixás e entidades das religiões afro-brasileiras são de fato demônios, e seus adeptos são adoradores deles e, portanto, devem ser combatidos.

A alienação e a manipulação da fé, fez com que se organizasse no Brasil a chamada “Bancada Evangélica”, a qual tenta a todo custo impor os conceitos de sua crença ao Estado, que na teoria é laico, e perseguir as chamadas “minorias” (negros, gays, índios, sem-terras, não cristãos, etc.). Exemplo maior disso, é a ridícula proposta de tipificação da “cristofobia” em verdadeira vingança ao projeto apresentado pela criminalização da “homofobia”.

Mas, no que tange a intolerância religiosa, o que poucas pessoas sabem e que pouco se divulga, é que a mesma está enraizada no próprio racismo, decorrente do longo período de escravidão ocorrido Brasil.

É espantoso saber que há pouco mais de 127(cento e vinte e sete) anos atrás, neste país, o negro era tido como animal. Não possuía “alma” - segundo a igreja - e era vendido como qualquer outro ser irracional. Portanto, se não respeitavam sua dignidade como humano, como se poderia esperar respeito à sua cultura e religiosidade? Suas práticas religiosas eram tidas como abomináveis e se não seguiam os princípios da igreja, só poderiam ser adoradores do demônio.

Com o fim da escravidão, o negro passou a ser reconhecido como humano, porém os ecos das ofensas, discriminações e humilhações teimam em soar até hoje.

Pessoas ilustres, brancas, da alta sociedade, se renderam a religiosidade Africana, mas isso pouco mudou a concepção embutida na sociedade de que tal prática é contrária as “leis de deus”.

Aproveitando-se de tal preconceito, algumas das seitas evangélicas, em especial as chamadas neo-pentecostais, no intuito de atrair fieis e ganhar popularidade, passaram a reproduzir as inverdades do tempo da escravidão e os Orixás e guias das religiões afro-brasileiras voltaram a ser associada aos demônios. Contudo, se esquecem os propagadores de tais absurdos que o demônio é uma figura própria do cristianismo. Na religiosidade afro-brasileira inexiste a concepção de inferno e demônios.

Tais seitas afetam de tal forma o psicológico dos fieis, que os mesmos passam a acreditar que estão em “guerra” e que devem eliminar, à todo custo, "a obra" e os adeptos do “demônio”. Isso explica os ataques gratuitos, as destruições de templos e as inúmeras pedradas que diariamente atingem o chamado Povo de Santo.

É necessário repensar a questão das concessões de rádiodifusão para seitas religiosas, visto que muitas delas destinam-se exclusivamente à propagação do ódio e discriminação, além é claro, da arrecadação de dinheiro a seus líderes. Outra medida essencial, seria o fim da imunidade tributária religiosa, visto que tais igrejas são utilizadas para a realização de “lavagem de dinheiro” e financiamento de campanhas de candidatos fundamentalistas.

Essas, entre outras medidas, devem ser discutidas de forma emergencial, pois caso contrário, correr-se-á o risco da democracia brasileira se tornar uma “teocracia fundamentalista”, uma versão cristã do Estado Islâmico.

Por Jefferson L. Grossl

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Festa de Oxum 2015



No dia 30 de maio de 2015, realizou-se na Tenda a sessão festiva em homenagem a Orixá Oxum e a coroação de mãe pequena da médium Flávia.

A Tenda estava completamente tomada por flores. Oxum é a Orixá das águas doces, do amor, da fertilidade, da geração. Oxum é a mãe das mães! Seu local de atuação é nas cachoeiras, cascatas, rios, etc. Comemora-se seu dia no mês maio por se tratar do mês das mães.

Complementando a festa, foi coroada uma nova Mãe Pequena da casa, que é filha dessa Orixá.


A coroação de mãe pequena possui por simbologia mostrar que o médium deixou de ser um iniciante. A partir de tal coroação já possui algumas responsabilidades na casa, podendo inclusive realizar sessões em caso de necessidade. Pais e Mães Pequenos(as) são os grandes auxiliares do Dirigente da casa.

Sob as bençãos de Oxum, da Cabocla Anaí e da Cabocla Jurema, entidades responsáveis pela coroa da médium em questão, a mesma recebeu com muita alegria essa graduação e comprometeu-se a prestar auxílio nas sessões da casa e nos atendimentos aos necessitados!

Nós da Tenda temos certeza que a Mãe Pequena Flávia cumprirá sua missão de forma exemplar e servirá de instrumento para que os espíritos de luz possam cumprir seus desígnios em prol da caridade!

Aieieô Mamãe Oxum!







 






domingo, 17 de maio de 2015

Festa de Pretos Velhos - 16.05.2015

No dia 16.05.2015 (sábado) realizou-se  na Tenda de Umbanda Filhos da Vovó Rita a sessão festiva em homenagem aos Pretos Velhos.

Com a manifestação da mentora da casa, Vovó Rita além dos demais irmãos espirituais Pai João, Pai Guiné, Mãe Justina, Tia Catarina, Mamãe Joana e Tia Júlia, entre outros.

Na oportunidade foram realizados os batismos dos novos filhos de fé, além de realizado o atendimento aos irmãos da assistência.

Mais uma sessão de muita luz, emoção e amor. Temos a certeza que com as palavras do Pai Guiné (vídeo abaixo) todos saíram da humilde Tenda, com a fé renovada e comprometidos com a prática da verdadeira Umbanda, aquela baseada no amor, na caridade e humildade!
















quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Terreiro de Umbanda – Templo Religioso ou Fábrica de Pai de Santo?



Há tempos temos percebido um movimento dentro dos terreiros de Umbanda, em que todos que ali estão querem apressar-se para se formar Pai/Mãe de Santo, e assim poder abrir sua casa, dar consultas,  “fazer seu nome”,etc.

Bem, mas qual o objetivo de um terreiro de Umbanda? Um terreiro é um espaço onde se deve cultuar a religião de Umbanda, desenvolver os princípios umbandistas, a mediunidade, a caridade, entre outros. Ou será que um terreiro nada mais é que uma “escola de magia” em que os frequentadores não vêem o momento de ganhar  sia "varinha mágica" para sair mundo à fora?

Infelizmente existem terreiros que são verdadeiras "fábricas de loucos". E porque digo que são fábricas de loucos? Ora, porque concedem ao bel prazer coroações a pessoas que não tem a mínima base doutrinária e nem suficiente desenvolvimento mediúnico para arcar com tal responsabilidade. Existem terreiros que não possuem 3 anos de existência e que já formaram mais de 10 médiuns, ou seria “mérdiuns”?. Ou seja, qual a formação e desenvolvimento uma pessoa receberia em 03 anos de casa?

Ser Pai e Mãe de Santo, longe do status está a responsabilidade. Trata-se de um sacerdócio, assim como o padre na igreja católica e o pastor nas seitas evangélicas. Nem todos que vão à missa serão padres um dia, não é mesmo? Assim é na Umbanda, nem todos que frequentam a sessão possuem vocação para serem sacerdotes.

A conseqüência negativa de tal fenômeno é a abertura de casas de “Umbanda” por pessoas sem a menor moral e o menor conhecimento, as quais precisam se socorrer a "cursos online" para fazer um assentamento ou ainda, acabam por misturar o ritual com o do Candomblé, virando uma verdadeira bagunça. O pior é que não para por aí. Os coitados que foram enganados nesses terreiros, também querem abrir suas casas. E lá se nasce mais uma casa sem fundamento e despreparada para praticar a religião de Umbanda. E coitada da Umbanda, acaba decaindo cada vez mais!

Muitas pessoas da religião, por ignorância, acreditam que formar 5, 7, 10 filhos por ano, mostra a força do terreiro. Ledo engano, mostra tão somente a fragilidade da doutrina e a total inexistência de responsabilidade de quem forma.

Por isso, os Terreiros sérios de Umbanda devem ter muito cuidado e atenção na hora de realizar uma feitura. Infelizmente equívocos todos comentem, pois muitos são os lobos em pele de cordeiro. Porém, devemos aprender com os erros e evitar que eles se repitam. Ser Pai/Mãe de Santo na Umbanda é ter responsabilidade, moral, ética e conhecimento para poder orientar a auxiliar os filhos que batem à sua porta. Pais de santo com fundamentos online estão cheios por aí, mas o tempo se encarregará de mostrar as diferenças!


Axé       

T.U. Filhos da Vovó Rita

T.U. Filhos da Vovó Rita