terça-feira, 23 de junho de 2009

Cigana Sarita - História contada por Vovó Benta


Cigana Sarita


Sarita acordava sentindo o cheiro das flores que trazido pelo vento que balançava a alva cortina da janela. O sol estava radiante lá fora e embora ela já estivesse sentindo-se bem melhor, ainda não tinha coragem de sair da cama. O quarto aconchegante na sua simplicidade, era convidativo ao descanso.

Absorta em seus pensamentos, nem percebeu a presença do enfermeiro que entrara com o seu desjejum e que parado a observava. Olhava os pássaros que pulavam de galho em galho num festival de alegria, como a saudar a vida, quando foi desperta pelo " bom dia" de Raul.


Oh...desculpa eu estava distraída.


Encontrá-la acordada é muito bom. Vamos ao desjejum pois hoje nós vamos levantar desta cama e ensaiar os primeiros passos no seu novo mundo.


Não me sinto capaz de caminhar ainda. Na verdade não sinto minhas pernas.


Sarita, já conversamos sobre isso. É apenas impressão trazida no seu corpo mental. Você só precisa tomar uma decisão firme que quer caminhar e assim se processará. Essas pernas que te acompanharam além túmulo são saudáveis. Foram longos anos de dor e sofrimento, mas agora tudo acabou, é preciso que se conscientize disso e reaja.

Com a paciência e disciplina de um instrutor, Raul conseguiu com que Sarita desse seus primeiros e cambaleantes passos. E em poucos dias entusiasmada com a beleza do local, esqueceu da suposta limitação e já caminhava feliz por aquele maravilhoso jardim, que mais parecia um bosque.

Passara-se alguns anos do calendário terreno desde essa época e Sarita lembra-se ainda emocionada de sua história triste com final feliz. Não havia como não recordar, especialmente agora que estava em treinamento naquela colônia espiritual para assumir um trabalho junto aos encarnados. Apreensiva lembrava da manhã em que foi convidada a frequentar os bancos escolares, por seu " mestre-anfitrião".

Como estivesse já ambientada com o local e sabedora de como eram distribuídas as funções de acordo com a afinidade e principalmente necessidade de cada espírito, sabia perfeitamente que não seria chamada ao trabalho de "anjo-de-guarda" , mas tendo a certeza de que suas funções se dariam no plano terreno, isso a atemorizava um pouco, pela experiência da última encarnação.

No curso, os ensinamentos todos recebidos eram perfeitamente adaptados ao aluno de acordo com as experiências trazidas e no final deste, Sarita não tinha mais dúvidas. Trabalharia nas fileiras da nova religião que se instalava no país onde vivera sua última encarnação, a Umbanda. Pelo seu conhecimento magístico mal aproveitado, teria que direcioná-lo agora para se fazer cumprir a lei. Em breve seria apresentada ao médium com quem trabalharia como Pomba Gira, mas de antemão já sabia que embora ele fosse umbandista, tinha preconceito com essas entidades. O desafio recomeçava.

Olhando a lua que bailava por entre as estrelas, Sarita deitada sobre a relva meditava, fazendo uma retrospectiva de sua última encarnação. Lembra-se de sua infância feliz vivida junto de muitas outras crianças, naquela vida nômade que levava sua trupe. A adolescência onde seus "dotes" ou poderes mágicos se acentuaram e quando começou a ser a cigana mais requisitada para ler as mãos das pessoas. Sua tenda, onde quer que estivessem, sempre tinha freguês certo e era dela que vinha a maior renda para a sobrevivência do grupo todo.

Após febre muito forte sofrida em função de uma infecção adquirida, Sarita sentiu que seus " poderes" de adivinhação haviam sumido, mas de maneira alguma deixou aparentar isso ao grupo ou a quem fosse e daí em diante passou a fingir e cobrar mais caro por isso. E o dinheiro fácil passou a entusiasmá-la e como sempre fora muito vaidosa, agora podia se cobrir com as jóias mais caras e deslumbrantes e vestir-se com as sedas mais finas.

Tornou-se a cigana mais respeitada e logo assumiu o comando do grupo. A ternura angelical daquela jovem agora desaparecia, dando lugar a um radicalismo quase maldoso quando agia em defesa dos seus. Seu povo era muito perseguido e discriminado naquelas terras e isso fazia com que Sarita procurasse ganhar muito dinheiro e para tal não media consequências, para com isso adquirir poder se impor diante das perseguições.

Numa emboscada que se fez passar por um acidente, Sarita desencarnou deixando seu povo sem líder e desesperado. A dependência de seu povo era tamanha que não sabiam mais pensar sozinhos e a morte daquela cigana a quem consideravam quase uma deusa os pegou desprevenidos. E nesse desespero buscavam a ajuda do espírito de Sarita, pois acreditavam que agora virara santa e que certamente, mesmo do outro lado, ela não desampararia seu povo. Em função disso criaram cultos e os peditórios foram aos poucos, se espalhado além do povo cigano e o túmulo de Sarita virou santuário, com filas enormes de pessoas que se aglomeravam em busca dos milagres.

Ignorando a realidade do lado espiritual, não sabiam o mal que estavam fazendo aquele espírito que desesperado se via fora do corpo carnal, mas grudado nele, sentindo sua deterioração. Em desespero total e agarrada as suas jóias com as quais foi sepultada, Sarita pedia socorro. Os amparadores espirituais lá estavam querendo ajudá-la, mas ela sequer os enxergava dentro do seu desespero e revolta pelo acontecido.

Ouvia toda a movimentação que se fazia fora de seu túmulo e por mais que gritasse, ninguém a ouvia. Se existia inferno, o seu era esse. Tudo aquilo durou longos e tenebrosos anos, até o dia em que seu túmulo foi assaltado durante a noite e os ladrões levaram suas preciosas jóias.

Em desespero, assistindo a tudo, nada podia fazer, restando-lhe apenas um monte de ossos. Só então se deu conta de sua verdadeira situação e lembrou do que sua mãe a ensinara quando pequena sobre a vida após a morte. A lembrança de sua mãe a fez chorar, implorando que ela viesse tira-la daquele sofrimento. Depois disso desacordou e só depois de muito tempo hospitalizada no mundo espiritual é que acordou, sabendo do isolamento que se fizera necessário em função das emanações vindas da terra, por causa de sua falsa "santificação"

Seu povo agora usava a imagem da idolatrada Sarita em medalhas que eram vendidas como milagreiras, além de manter seu túmulo como verdadeiro comércio visitado por caravanas vindas de lugares distantes.

Lembrava do dia em que, já curada e equilibrada pode visitar aquele lugar junto com seus amparadores, para seu próprio aprendizado, bem como das palavras sábias de seu instrutor:


Filha, o mundo ainda teima em manter os mercadores do templo. Criam-se os milagreiros que após o desencarne passam a ser santificados de maneira egoísta e mesquinha, preenchendo o vazio que a falta de uma fé racional se faz no coração dos homens. Mentiras mantidas por pastores que visando o brilho do ouro, traçam caminhos duvidosos e perigosos para suas ovelhas, dando com isso, imenso trabalho à espiritualidade deste lado da vida. Criam uma farsa que é mantida pelo desespero de pessoas ignorantes e sofredoras, obrigando-nos a formar verdadeiros exércitos de trabalhadores com disponibilidade de atendimento a essas criaturas. Mesmo assim, por mais errado que seja esse tipo de atitude, a Luz o aproveita para auxiliar os necessitados mantendo ali um pronto socorro. E fora o sofrimento do espírito "santificado" que se vê vivo e impotente do outro lado, aliado a distorção comercial, esses lugares servem para que muitos espíritos encontrem ali o portal de retorno.

Sarita tentando manter o equilíbrio e as emoções, via o intenso movimento de espíritos trabalhadores, socorrendo os desencarnados que vinham em bando junto aos romeiros e observava pela primeira vez como aconteciam os chamados milagres.

Uma senhora chorosa, ajoelhada ao pés do túmulo implorava pelo espírito de Sarita a cura de sua filhinha que estava ficando cega devido a uma doença rara que exigia cirurgia caríssima, longe de suas possibilidades financeiras.

A fé dessa mulher e o a amor por sua filha eram tão intensos que de seu cardíaco e de seu coronário exalavam chispas luminosas que se perdiam no ar. Ao seu lado, dois espíritos confabulavam analisando uma ficha com anotações e logo em seguida um deles, colocando a mão sobre a cabeça da mulher transmitiu-lhe vibrações coloridas que a acalmaram, intuindo-a a ter a certeza de que seu pedido seria atendido. Deixando algumas flores sobre o túmulo ela se retirou. Curiosa, foi ter com os dois jovens, querendo saber o que realmente acontecia nesses casos.


Minha irmã, analisamos cada caso e dentro do merecimento de cada espírito e de acordo com a fé e sinceridade de propósitos, sempre respeitando a lei e o livre-arbítrio das criaturas envolvidas, procuramos auxiliar. Essa senhora será procurada por um grupo de estagiários de medicina que mesmo como cobaia de seus estudos, levarão sua filha a cirurgia de que necessita, retornando a ela a visão.


Ah, e certamente isso será atribuído a mim como mais um milagre.


A você? – indagou contrariado um dos jovens.


Sim...ah, me desculpem, não me apresentei. Sou a própria, a cigana Sarita.


Nossa, que surpresa!!! Muito prazer! Não é todo dia que se conhece uma "santa", brincou o outro.

Com um sorriso amarelo, Sarita tentou em vão desconversar, pois agora a curiosidade deles era maior do que a dela em saber detalhes de como tudo isso havia ocorrido. E longe dali, em lugar mais propício, junto a natureza eles trocaram válidas experiências.

Mas agora tudo isso eram lembranças. Aquele espírito em cuja última encarnação terrena viera como uma cigana que se chamava Sarita, agora no mundo espiritual se comprometia e assumir um trabalho difícil no qual sentiria de perto, novamente o preconceito dos seres humanos. Preconceito esse tão grande e revestido de tamanha ignorância que certamente muitas vezes seria tratada como verdadeiro "demônio" sendo expulsa como tal. Mesmo assim, sabia que teria que atuar dentro da lei e ignorando tudo isso, trabalhar com muito amor, auxiliando os encarnados a se curarem das mazelas, pois só assim curaria as suas que estavam impressas em seu átomo primordial, carecendo de urgente reparo.

Enquanto seu médium girava no terreiro ecoando uma gargalhada que avisava a chegada de pomba gira cigana, romeiros continuavam buscando no túmulo da Santa Cigana Sarita, o milagre que ignoravam residir apenas dentro deles mesmos.




História contada por Vovó Benta

Leni W.S ( inserida no livro Causos de Umbanda II - no prelo - Edit.do Conhecimento)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

PASTOR E FIEL MARGINAIS SÃO PRESOS EM FLAGRANTE NO RIO DE JANEIRO



Um pastor e um integrante de uma igreja foram presos no início da tarde desta sexta-feira (19) na Zona Portuária do Rio suspeitos de intolerância religiosa. Segundo a delegada Helen Sardenberg, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), essas seriam as primeiras prisões, que são preventivas, para esse tipo de crime no estado do Rio. Os dois, um deles o Pastor Tupirani, que são da Igreja Geração Jesus Cristo, foram encaminhados para a delegacia.


Helen afirmou que os dois são responsáveis por imagens na internet em que o homem, que se identifica como Afonso Henrique, faz referências negativas a pais de santo na internet. A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa denunciou o líder religioso ao Ministério Público e à chefia de Polícia Civil, por intolerância religiosa.

Segundo a comissão, a queixa foi feita na quarta-feira (17), depois da exibição das imagens. Ainda segundo a comissão, Afonso seria responsável por um ataque a um centro espírita no Catete, na Zona Sul do Rio. No vídeo postado na internet, ele confessa que participou da ação no Catete, mas ressalta que foi ameaçado. Na época, o Pastor Tupirani condenou o ataque.



A delegada informou também que a investigação mostrou que o pastor foi o mentor intelectual do vídeo. Segundo ela, ele é o fundador da igreja. Os dois serão encaminhados para a carcaragem da Polinter. Eles não reagiram à prisão.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Linhas da Umbanda



Sete Linhas da Umbanda

São as sete forças da religião. É de onde vêem os falangeiros para trabalhar e nos ajudar durante os trabalhos mediúnicos.
As 7 Linhas de Umbanda que temos em nosso terreiro é formada por: Oxalá – cor Branco, saudação: Oxalá baba ou Epa Baba ; Ogum – cor Vermelho e Branco, saudação Ogun nhê!; Oxossi – cor Verde, saudação: Okê Oxossi; Xangô – cor Marrom, saudação Kaô Kabecile; Iemanjá – cor Azul, saudação Odôiá; Oriente – cor Lilás; e Almas – Cor preta e branca (também usado o amarelo), saudação Adorei as Almas.

Linhas e Falanges da Umbanda

Além das sete principais linhas, já mencionadas acima, a Umbanda possui mais linhas e falanges para o desenvolvimento de seus trabalhos.
Dentro da Linha da Oxalá, temos a falange da Ibejada, é a falange de espíritos com o psiquismo de criança, que trabalham na proteção de São Cosme e São Damião. Suas cores são o rosa e o azul e sua saudação é Oni beijada ou Beji, Beijada.
Dentro da linha de Xangô, temos também a Linha de Iansã, Orixá guerreira, que exerce influência sobre os raios, as tempestades e os eguns. Sua cor é o amarelo e sua saudação é Eparrêi Oyá! Ou Eparrêi Iansã. (obs: Oyá e Iansã é o mesmo Orixá).
Dentro da linha de Iemanjá, temos a linha de Oxum, Orixá da vida, sua influência é sobre a água doce e a geração. Sua cor é o lilás. Sua saudação é Ora iê iê ô Oxum, ou Aiêiê ô Oxum. Ainda dentro da linha de Iemanjá, mas propriamente próximo a Oxum, temos a linha de Nana Burukê, Orixá mais velha, sua influência sobre as águas com lodo e pântanos. Sua cor é o roxo escuro. Sua saudação é Saluba Nanã!

Dentro da chamada linhas das Almas, temos a Linha de Omunlú/Obaluaê, Orixá da cura, sua influência é sobre a desencarnação e sobre os eguns. Sua saudação é “Atoto Obaluaê”. Seu campo de atuação é o cemitério, mas propriamente dito no cruzeiro, por isso aconselha-se, sempre ao entrar no cemitério, em frente ao Cruzeiro saudar as Santas Almas e a Omulú. Sua cor é o preto e branco, às vezes também utilizado o vermelho. Os pretos velhos, também compõe a Linha das Almas, sua saudação é “Adorei as almas!”. Sua cor é o preto e branco, também podendo ser utilizado o amarelo.

Além dessas linhas e falanges que compõe de forma indireta as 7 Linhas de Umbanda, temos também às Linhas intermediárias. Essas linhas são formadas por entidades que podem atuar dentro da chamada linha de direita como da linha de esquerda.

A Linha intermediária é formada por: Baianos, Boiadeiros, Ciganos e Marinheiros. Essas entidades, atuam mais sobre os problemas comuns dos homens, ajudam na resolução desses problemas, promovem curas e desmancham demandas.

Dentro da Umbanda, temos também a chamada Linha de Esquerda, ou regionalmente conhecida como Quimbanda. Regionalmente, porquê apenas em nossa região dá-se o nome de quimbanda para o trabalho com exus e pombo giras. Em outras regiões, como no sudeste, no norte e nordeste, quimbanda é um outro culto, uma outra religião, bem diferenciada dos princípios da Umbanda, com práticas menos compromissadas com a evolução. Assim, não podemos confundir, Quimbanda, aqui, como simples trabalho com as linhas de esquerda dentro da Umbanda, com a Quimbanda comum no Rio de Janeiro, onde é realizado práticas de Magia Negra e que de nada se relaciona com a Nossa Umbanda Sagrada!

A seguir, um pequeno trecho do Livro “Tambores de Angola” de Robson Pinheiro, onde podemos entendermos melhor o que é Exu e Pombo Gira.

“Exu é entidade de luz (em evolução) com profundo conhecimento das leis magísticas e de todos os caminhos e trilhas do Astral Inferior.
Não tem nada a ver com as imagens vendidas nas casas de artigos religiosos, com chifrinhos e rabos... Exu não é o Diabo.
São os guardiões, são os espíritos responsáveis pela disciplina e pela ordem no ambiente.

São trabalhadores que se fazem respeitar pelo caráter forte e pelas vibrações que emitem naturalmente. Eles se encontram em tarefa de auxílio. Conhecem profundamente certas regiões do submundo astral e são temidos pela sua rigidez e disciplina.

Formam, por assim dizer, a nossa força de defesa, pois vocês não ignoram que lidamos, em um número imenso de vezes, com entidades perversas, espíritos de baixa vibração e verdadeiros marginais do mundo astral, que só reconhecem a força das vibrações elementares, de um magnetismo vigoroso, e personalidade forte que se impõem. Essa, a atividade dos guardiões. Sem eles, talvez, as cidades estivessem à mercê de tropas de espíritos vândalos ou nossas atividades estivessem seriamente comprometidas. São respeitados e trabalham à sua maneira para auxiliar quanto possam. São temidos no submundo astral, porque se especializaram na manutenção da disciplina por várias e várias encarnações.

Muitos do próprio culto confundem os Exus com outra classe de espíritos, que se manifestam à revelia em terreiros descompromissados com o bem.
Na Umbanda a caridade é lei maior, e esses espíritos, com aspectos mais bizarros, que se manifestam em médiuns são, na verdade, outra classe de entidades, espíritos marginalizados por seu comportamento ante a vida, verdadeiros bandos de obsessores, de vadios, que vagam sem rumo nos sub-planos astrais e que são, muitas vezes, utilizados por outras inteligências, servindo a propósitos menos dignos. Além disso, encontram médiuns irresponsáveis que se sintonizam com seus propósitos inconfessáveis e passam a sugar as energias desses médiuns e de seus consulentes, exigindo “trabalhos”, matanças de animais e outras formas de satisfazerem sua sede de energia vital. São conhecidos como os quiumbas, nos pântanos do astral.São maltas de espíritos delinqüentes, à semelhança daqueles homens que atualmente são considerados na Terra como irrecuperáveis socialmente, merecendo que as hierarquias superiores tomem a decisão de expurgá-los do ambiente terrestre, quando da transformação que aguardamos neste milênio. Os médiuns que se sintonizam com essa classe de espíritos desconhecem a sua verdadeira situação.

Depois, existe igualmente um misticismo exagerado em muitos terreiros que se dizem umbandistas e se especializam em maldades de todas as espécies, vinganças e pequenos “trabalhos”, que realizam em conluio com os quiumbas e que lhes comprometem as atividades e a tarefa mediúnica. São, na verdade, terreiros de Quiumbanda, e não de Umbanda. Usam o nome da Umbanda como outros médiuns utilizam-se do nome de espíritas, sem o serem.

Os espíritos que chamamos de Exus são, na verdade, os guardiões, os atalaias do Plano Astral, que são confundidos com aqueles dos quais falei. São bondosos, disciplinados e confiáveis. Utilizam o rigor a que estão acostumados para impor respeito, mas são trabalhadores do BEM.

São eles os verdadeiros Exus da Umbanda, conhecidos como guardiões, nos sub-planos astrais ou umbral. Verdadeiros defensores da ordem, da disciplina, formam a polícia do mundo astral, os responsáveis pela manutenção da segurança, evitando que outros espíritos descompromissados com o bem instalem a desordem, o caos, o mal.

Tem experiência nessa área e se colocam a serviço do bem, mas são incompreendidos em sua missão e confundidos com demônios e com os quiumbas, os marginais do mundo astral.

NÃO EXIGEM NEM ACEITAM “TRABALHOS”, DESPACHOS OU OUTRAS COISAS RIDÍCULAS das quais médiuns irresponsáveis, dirigentes e pais de santo ignorantes se utilizam para obter o dinheiro de muitos incautos que lhes cruzam os caminhos. Isso é trabalho de Quiumbanda, de magia negra.

NADA TEM A VER COM A UMBANDA!”

Missão da Umbanda no Mundo


A verdadeira missão dos Guias de Umbanda é a caridade integrada, sem se limitar a este ou aquele plano. Seu principal objetivo é aliviar o sofrimento do homem onde quer que ele esteja, respeitando, sempre, à Lei de Causa e Efeito. Os Espíritos que militam em suas falanges entendem que a caridade consiste em livrar o homem dos sofrimentos de ordem espiritual, moral e material. Os Guias da Umbanda têm a preocupação constante com o equilíbrio do homem no mundo, pois a Umbanda vive dentro do mundo. Compartilha do sofrimento cotidiano dos Espíritos ainda presos às suas imperfeições. A Umbanda conhece as feridas dos filhos e busca aplicar-lhes o bálsamo curador do corpo e da alma. A doce bondade de suas entidades, tão próximas de seus filhos, nos dá a certeza de que não estamos desamparados. A simplicidade de seus Caboclos e a humilde linguagem dos seus Velhos Africanos ocultam a grandiosidade de Espíritos milenares, abnegados trabalhadores do bem, Anjos de Aruanda que nos amparam e nos ensinam o verdadeiro sentido do amor universal tão pregado pelo Mestre Jesus.

“O Cristo modelou a Umbanda por amor aos seus filhos rústicos e desgarrados; mas os umbandistas devem modelar-se no Cristo, por amor de sua própria felicidade” (Ramatis).

Maria Luzia Leitão do Nascimento - Dirigente do Cantinho de Pai Firmino- 2ª Filial do Templo A Caminho da Paz - Recife-PE – Texto tirado do Jornal Umbanda Branca de Dezembro/2007.

Diferenças entre Umbanda e Macumba.


Podemos definir a Umbanda Sagrada como a “Manifestação do espírito para a prática da caridade pura, e em todas as suas formas”. Portanto, por essa definição visualizamos o verdadeiro sentido dessa religião. Os verdadeiros Templos de Umbanda são aqueles :
• Onde se fala em Deus;
• Onde se prega a palavra e os ensinamentos de Jesus Cristo;
• Onde se fala da Filosofia e Doutrina Espírita ditada por Allan Kardec;
• Onde se pratica a Caridade;
• Onde não há cobrança, pois espíritos não precisam de dinheiro;
• Onde não há matança de animais, pois matar animais, que são filhos de Deus, não é fazer caridade e, matar um animal, perante Deus, é como matar qualquer ser humano;
• Onde se prega a Fé;
• Onde se prega o Amor;
• Onde se prega o Conhecimento;
• Onde se prega a Justiça;
• Onde se prega a Lei;
• Onde se prega a Evolução;
• Onde se prega a Vida.
Locais onde não se fala em Deus, Kardec, Jesus, onde há cobrança e matança de animais e onde são feitas coisas sem devido conhecimento, através da superstição, colocando o medo nas pessoas que freqüentam, esses locais são considerados como Macumbas e os seus freqüentadores e “médiuns” chamados de macumbeiros. Esses locais por terem as piores qualidades de pessoas e espíritos(já que semelhante atrai semelhante), devem ser evitados, com o risco de se ter, através das leis espirituais da “ação e reação” e do “Karma”, sérios danos às pessoas, não só no aspecto Financeiro, como Moral e Espiritual.

Reencarnação


I - Limites da reencarnação.

A reencarnação é necessária enquanto a matéria domina o Espírito; mas do momento em que o Espírito encarnado chegou a dominar a matéria e anular os efeitos de sua reação sobre o moral, a reencarnação não tem mais nenhuma utilidade nem razão de ser. Com efeito, o corpo é necessário ao Espírito para o trabalho progressivo até que, tendo chegado a manejar esse instrumento à sua maneira, a lhe imprimir a sua vontade, o trabalho está realizado. É-lhe preciso, então, um outro campo para a sua caminhada, para o seu adiantamento no infinito; lhe é preciso um outro círculo de estudos onde a matéria grosseira das esferas inferiores seja desconhecida. Tendo sobre a Terra, ou em globos análogos, depurado e experimentado suas sensações, está maduro para a vida espiritual e seus estudos. Tendo se elevado acima de todas as sensações corpóreas, não tem mais nenhum desses desejos ou necessidades inerentes à corporeidade: ele é Espírito e vive pelas sensações espirituais que são infinitamente mais deliciosas do que as mais agradáveis sensações corpóreas.

II - A reencarnação e as aspirações do homem.

As aspirações da alma ocasionam a sua realização, e esta realização se cumpre na reencarnação enquanto o Espírito está no trabalho material; eu me explico. Tomemos o Espírito em seu início na carreira humana; estúpido e bruto, sente, no entanto, a centelha divina nele, uma vez que adora um Deus, que ele materializa segundo a sua materialidade. Nesse ser, ainda vizinho do animal, há uma aspiração instintiva, quase inconsciente, rumo a um estado menos inferior. Começa por desejar satisfazer seus apetites materiais, e inveja aqueles que vê num estado melhor do que o seu; também, numa encarnação seguinte, ele mesmo escolhe, ou antes, é arrastado a um corpo mais aperfeiçoado; e sempre, em cada uma de suas existências, deseja uma melhoria material; não se achando jamais feliz, quer sempre subir, porque a aspiração à felicidade é a grande alavanca do progresso.
À medida que suas sensações corpóreas se tornam maiores, mais refinadas, suas sensações espirituais despertam e crescem também. Então o trabalho moral começa, e a depuração da alma se une à aspiração do corpo para chegar ao estado superior.Esse estado de igualdade das aspirações materiais e espirituais não é de longa duração; logo o Espírito se eleva acima da matéria, e suas sensações não podem ser satisfeitas por ela; é-lhe preciso mais; lhe é preciso o melhor; mas aí o corpo, tendo sido levado à sua perfeição sensitiva, não pode seguir o Espírito, que então o domina e dele se desliga cada vez mais, como um instrumento inútil. Volta todos os seus desejos, todas as suas aspirações, para um estado superior; sente que as necessidades corpóreas, que lhe eram um objeto de felicidade em suas satisfações, não são mais do que uma tortura, um rebaixamento, do que uma triste necessidade da qual aspira se libertar para gozar, sem entraves, de todas as felicidades espirituais que ele pressente.

III - Ação dos fluidos na reencarnação.

Sendo os fluidos os agentes que colocam em movimento o nosso aparelho corpóreo, são eles também que são os elementos de nossas aspirações, porque há fluidos corpóreos e fluidos espirituais, que todos tendem a se elevarem e se unirem aos fluidos da mesma natureza. Esses fluidos compõem o corpo espiritual do Espírito que, no estado encarnado, age por eles sobre a máquina humana que está encarregado de aperfeiçoar, porque tudo é trabalho na criação, tudo concorre para o adiantamento geral. O Espírito tem seu livre arbítrio, e procura sempre o que lhe é agradável e o satisfaz. Se é um Espírito inferior e material, procura suas satisfações na materialidade, e então dará um impulso aos seus fluidos corpóreos que dominarão, mas tenderão sempre a crescer e a se elevar materialmente; portanto, as aspirações desse encarnado são materiais, e, retornado ao estado de Espírito, procurará uma nova encarnação onde satisfará as suas necessidades e seus desejos materiais; porque, notai bem, a aspiração corpórea não pode pedir, como realização, senão uma nova corporeidade, ao passo que a aspiração espiritual não se prende senão às sensações do Espírito. Ela será solicitada por seus fluidos que deixou se materializarem; e como no ato da reencarnação os fluidos agem para atrair o Espírito ao corpo que foi formado, houve, pois, atração e união dos fluidos, a reencarnação se opera em condições que darão satisfação às aspirações de sua existência precedente.
Ocorre o mesmo com os fluidos espirituais com os fluidos materiais, se são eles que dominam; mas então, quando o espiritual se sobrepôs sobre o material, o Espírito, que julga diferentemente, escolhe ou é atraído por simpatias diferentes; como lhe é necessária a depuração, e que não é senão pelo trabalho que a alcança, as encarnações escolhidas são mais penosas para ele, porque, depois de haver dado a supremacia à matéria e aos seus fluidos, lhe é necessário constrangê-la, lutar com ela e dominá-la. Daí essas existências tão dolorosas e que parecem, freqüentemente, tão injustas, infligidas a Espíritos bons e inteligentes. Aqueles fazem sua última etapa corpórea e entram, saindo deste mundo, nas esferas superiores onde suas aspirações superiores acharão a sua realização.

IV - As afeições terrestres e a reencarnação.

O dogma da reencarnação indefinida encontra oposições no coração do encarnado que ama, porque em presença dessa infinidade de existências, produzindo cada uma delas novos laços, pergunta-se com medo o que se tornam as afeições particulares, e se elas não se fundem num único amor geral, o que destruiria a persistência da afeição individual. Pergunta-se se essa afeição individual não é somente um meio de adiantamento, e então o desencorajamento se insinua em sua alma, porque a verdadeira afeição sente a necessidade de um amor eterno, sentindo que não se deixará jamais de amar. O pensamento de milhares dessas afeições idênticas lhe parece uma impossibilidade, mesmo admitindo faculdades maiores para o amor. O encarnado que estuda seriamente o Espiritismo, sem tomar partido por um sistema antes que por um outro, se encontra arrastado para a reencarnação pela justiça que decorre do progresso e do adiantamento do Espírito em cada nova existência; mas quando o estuda do ponto de vista das afeições do coração, duvida e se atemoriza apesar dele. Não podendo colocar de acordo esses dois sentimentos, se diz que ali ainda tem um véu a levantar, e seu pensamento nesse trabalho atrai as luzes dos Espíritos para concordar seu coração e sua razão. Eu disse precedentemente: a encarnação se detém lá onde a materialidade é anulada. Mostrei como o progresso material havia de início refinado as sensações corpóreas do Espírito encarnado; como o progresso espiritual, tendo vindo em seguida, havia contrabalançado a influência da matéria, depois a havia, enfim, subordinado à sua vontade, e, que chegado a esse grau de domínio espiritual, a corporeidade não tinha mais razão de ser, o trabalho estando realizado.
Examinemos agora a questão da afeição sob esses dois aspectos, material e espiritual: De início, o que é a afeição, o amor? Ainda a atração fluídica atraindo dois seres um para o outro, e unindo-os num mesmo sentimento. Essa atração pode ser de duas naturezas diferentes, uma vez que os fluidos são de duas naturezas. Mas para que a afeição persista eternamente, é preciso que ela seja espiritual e desinteressada; é preciso a abnegação, o devotamento, e que nenhum sentimento pessoal seja o móvel desse arrastamento simpático. Do momento em que haja, nesse sentimento, personalidade, há materialidade; ora, nenhuma afeição material persiste nos domínios do Espírito. Portanto, toda afeição que não seja senão o resultado do instinto animal ou do egoísmo, se destrói à morte terrestre. Também, que seres supostamente amados são esquecidos depois de pouco tempo de separação! Vós os haveis amado por vós e não por eles, aqueles que não são mais, uma vez que os esquecestes e substituístes; procurastes a consolação no esquecimento; eles se vos tornam indiferentes, porque não tendes mais amor.
Contemplai a Humanidade, e vede o quanto há pouca afeição verdadeira sobre a Terra! Também não se deve tanto se amedrontar com a multiplicidade das afeições contraídas nesse mundo; elas são em minoria relativa, mas existem, e as que são reais persistem e se perpetuam sob todas as formas, sobre a Terra, de início, depois continuam no estado de Espírito numa amizade ou um amor inalterável, que não faz senão crescer em se elevando mais.

Vamos estudar esta verdadeira afeição: a afeição espiritual.

A afeição espiritual tem por base a afinidade fluídica espiritual, que, agindo sozinha, determina a simpatia. Quando ocorre assim, é a alma que ama a alma, e essa afeição não toma força senão pela manifestação dos sentimentos da alma. Dois Espíritos unidos espiritualmente se procuram e tendem sempre a se aproximarem; seus fluidos são atrativos. Que estejam num mesmo globo, serão levados um para o outro; que estejam separados pela morte terrestre, seus pensamentos se unirão na lembrança, e a união se fará na liberdade do sono; e quando a hora de uma nova encarnação soar para um deles, procurará se aproximar de seu amigo entrando nisso que é sua filiação material, e fá-lo-á com tanto mais facilidade quanto seus fluidos periespirituais materiais encontrarem afinidade na matéria corpórea dos encarnados que deram a luz ao novo ser. Dai um novo aumento da afeição, uma nova manifestação do amor. Tal Espírito amigo vos amou como pai, vos amará como filho, como irmão ou como amigo, e cada um desses laços aumentará de encarnação em encarnação, e se perpetuará de maneira inalterável quando, vosso trabalho estando feito, vivereis da vida do Espírito.
Mas essa verdadeira afeição não é comum sobre a Terra, e a matéria vem retardá-la, anulando-lhe os efeitos, segundo ela domine o Espírito. A verdadeira amizade, o verdadeiro amor sendo espiritual, tudo o que se relaciona com a matéria não é de sua natureza, nem concorre em nada para a identificação espiritual. A afinidade persiste, mas fica no estado latente até que o fluido espiritual se sobrepondo, o progresso simpático se efetue de novo. Para me resumir, a afeição espiritual é a única resistência no domínio do Espírito; sobre a Terra e nas esferas de trabalho corpóreo, ela concorre para o adiantamento moral do Espírito encarnado que, sob a influência simpática, cumpre milagres de abnegação e de devotamento pelos seres amados. Aqui, nas moradas celestes, ela é a satisfação completa de todas as aspirações, e a maior felicidade que o Espírito possa sentir.

V - O progresso entravado pela reencarnação indefinida.

Até aqui a reencarnação foi admitida de um modo muito prolongado; não se pensou senão nessa prolongação da corporeidade, embora cada vez menos material, ocasionando, no entanto, necessidades que deviam entravar o vôo do Espírito. Com efeito, admitindo a persistência da geração nos mundos superiores, atribui-se ao Espírito encarnado necessidades corpóreas, dão-lhe deveres e ocupações ainda materiais que constrangem e detêm o impulso dos estudos espirituais. Que necessidade desses entraves? O Espírito não pode gozar as felicidades do amor sem sofrer as enfermidades corpóreas? Sobre a própria Terra, esse sentimento existe por si mesmo, independente da parte material de nosso ser; os exemplos, embora sejam raros, estão aí, suficientes para provar que deve ser sentido mais geralmente entre os seres mais espiritualizados. A reencarnação ocasiona a união dos corpos, o amor puro somente a união das almas. Os Espíritos se unem segundo suas afeições começadas nos mundos inferiores, e trabalham juntos para o seu adiantamento espiritual. Eles têm uma organização fluídica muito diferente daquela que era a conseqüência de seu aparelho corpóreo, e seus trabalhos se exercem sobre os fluidos e não sobre os objetos materiais. Vão em esferas que, também elas, cumpriram seu período material, em esferas cujo trabalho humano levou a desmaterialização, e que, chegados ao apogeu de seu aperfeiçoamento, também passaram por uma transformação superior, que os torna próprios para sofrer outras modificações, mas num sentido todo fluídico.
Compreendeis, desde hoje a força imensa do fluido, força que não podeis senão constatar, mas que não vedes nem apalpais. Num estado menos pesado do que aquele em que estais, teríeis outros meios de ver, de tocar, de trabalhar esse fluido que é o grande agente da vida universal. Porque, pois, o Espírito teria ainda necessidade de um corpo que está fora das apreciações corpóreas? Dir-me-eis que esse corpo está em relação com os novos trabalhos que o Espírito terá que cumprir; mas uma vez que esses trabalhos serão todo fluídicos e espirituais nas esferas superiores, por que dar-lhe o embaraço das necessidades corpóreas, porque a reencarnação ocasiona sempre, como eu o disse, geração e alimentação, quer dizer, necessidade da matéria a satisfazer, e, em compensação, entraves para o Espírito. Compreendeis que o Espírito deve ser livre em seu vôo para o infinito; compreendeis que tendo saído dos cueiros da matéria, ele aspira, como a criança, a caminhar e correr sem ser contido pelas andadeiras maternas, e que essas primeiras necessidades da primeira educação da criança são supérfluas para a criança crescida, e insuportáveis ao adolescente. Não desejeis, pois, permanecer na infância; considerai-vos como alunos fazendo seus últimos estudos escolares, e se dispondo a entrar no mundo, e a ter nele seu lugar, e a começar os trabalhos de um outro gênero que seus estudos preliminares terão facilitado.

O Espiritismo é a alavanca que levantará de um pulo ao estado espiritual todo encarnado que, querendo bem compreendê-lo e pô-lo em prática, se ligará em dominar a matéria, a dela se tornar senhor, a aniquilá-la; todo Espírito de boa vontade pode se colocar em estado de passar, deixando este mundo, ao estado espiritual sem retorno terrestre; somente, lhe é preciso a fé ou vontade ativa. O Espiritismo a dá a todos aqueles que querem compreendê-lo em seu sentido moralizador.

Resumo:

A vida do Espírito, considerada do ponto de vista do progresso, apresenta três períodos principais, a saber:

1º- O período material onde a influência da matéria domina a do Espírito; é o estado dos homens dados às paixões brutais e carnais, à sensualidade; cujas aspirações são exclusivamente terrestres, que são apegados aos bens temporais, ou refratários às idéias espiritualistas.

2º - O período de equilíbrio; aquele em que as influências da matéria e do Espírito se exercem simultaneamente; onde o homem, embora submetido às necessidades materiais, pressente e compreende o estado espiritual; onde ele trabalha para sair do estado corpóreo.

Nesses dois períodos o Espírito está submetido à reencarnação, que se cumpre nos mundos inferiores e medianos.

3º - O período espiritual aquele em que o Espírito, tendo dominado completamente a matéria, não tem mais necessidade da encarnação nem do trabalho material, seu trabalho é todo espiritual; é o estado dos Espíritos nos mundos superiores.

A facilidade com a qual certas pessoas aceitam as idéias espíritas, das quais parecem ter a intuição, indica que pertencem ao segundo período; mas entre estas e as outras há uma multidão de graus que o Espírito atravessa tanto mais rapidamente quanto mais próximo estiver do período espiritual; é assim que, de um mundo material como a Terra, ele pode ir habitar um mundo superior, como Júpiter, por exemplo, se seu adiantamento moral e espiritual for suficiente para dispensá-lo de passar pelos graus intermediários. Depende, pois, do homem deixar a Terra sem retorno, como mundo de expiação e de prova para ele, ou não retornar a ela senão em missão.

(fonte: www.espirito.org.br)

KARDECISMO OU UMBANDA? QUAL O MELHOR?


Suponde que certo homem tem o pé infeccionado por maligna ferida e que, por isso, atrai as moscas, que o atormentam incessantemente; no entanto, alguém o aconselha a cobrir o pé com uma meia de algodão, pois assim evitará a afluência das moscas.

Infelizmente, o enfermo verifica que as moscas ainda continuam a pousar-lhe molestamente no pé ferido e contaminado, o que o leva então a aceitar outra sugestão amiga, para que use meias de seda. Essa providência, no entanto, também fracassa. Mas, por feliz acaso, ele consegue curar a ferida do pé com o uso de determinada erva medicinal, alegrando-se por ver que as moscas também sumiram, assim que se curou definitivamente.

Na realidade, elas molestavam-no devido à ferida, pouco se importando com que ele usasse meias de algodão ou meias de seda.
Da mesma forma, cremos que o mais importante, para vós, não é provar se o trabalho mediúnico de mesa é superior ao de terreiro, pois, em ambos os casos, o primeiro significa a meia de seda e o segundo a meia de algodão. Desde que desapareçam de vossas almas as “feridas morais”, que atraem as moscas do astral inferior, sem dúvidas podeis prescindir de ambos os trabalhos, porque então já estareis curados espiritualmente, tal como no exemplo citado, em que, depois de curada a ferida, o enfermo também dispensou a meia de seda ou de algodão!

(RAMATÌS – LIVRO: MEDIUNISMO – HERCÍLIO MAES).

Princípios da Umbanda


A Umbanda fundamenta-se nos seguintes princípios: É a crença nos espíritos, dando condição aos mesmos de evoluir, sejam de qualquer classe ou ordem, encarnados (Alma) ou desencarnados(Espírito, prpriamente dito).
Em Essência, a Umbanda fundamenta-se nos seguintes pontos básicos.

1 - Na existência de Deus Único, Onipotente, Irrepresentável, adorado sob vários nomes (ZÂMBI);
2 - Na crença de um "Orixá Maior", denominado de Oxalá;
3 - Na crença de Entidades Espirituais em Plano Superior _ Os Orixás ou Santos, chefiando falanges;
4 - Na crença de Guias Espirituais, mensageiros dos Orixás (Caboclos e Pretos Velhos);
5 - Na existência do Espírito, sobrevivendo ao homem, em caminho de evolução, buscando o aperfeiçoamento (Exus);
6 - Na crença da Reencarnação e na Lei Cármica de Causa e Efeito;
7 - Na prática da Mediunidade, sob as mais variadas apresentações;
8 - Na afirmação de que as Religiões constituem diversos caminhos de evolução espiritual, que conduzem a Deus;
9 - Na prática da Caridade Material e Espiritual;
10 - Na necessidade do Ritual, como elemento disciplinador dos trabalhos;
11 - Na crença de que o Homem vive num Campo de Vibrações, que condicionam sua vida para o bem ou para o mal, conforme sua própria tônica vibratória.

HISTÓRIA DA UMBANDA


Escrever sobre Umbanda sem citarmos Zélio Fernandino de Moraes é praticamente impossível. Ele, assim como Allan Kardec, foram os intermediários escolhidos pelos espíritos para divulgar a religião aos homens.

Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio de Janeiro. Aos dezessete anos quando estava se preparando para servir as Forças Armadas através da Marinha aconteceu um fato curioso: começou a falar em tom manso e com um sotaque diferente da sua região, parecendo um senhor com bastante idade. À princípio, a família achou que houvesse algum distúrbio mental e o encaminhou ao seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, médico psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande. Após alguns dias de observação e não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica sugeriu à família que o encaminhassem a um padre para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estivesse possuído pelo demônio. Procuraram, então também um padre da família que após fazer ritual de exorcismo não conseguiu nenhum resultado.

Tempos depois Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os médicos não conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num ato surpreendente Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: "Amanhã estarei curado".
No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida, figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio. Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas rezas lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a caridade.

O Pai de Zélio de Moraes Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura de literatura espírita. No dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói. Chegando na Federação e convidados por José de Souza, dirigente daquela Instituição sentaram-se a mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do culto realizado, Zélio levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde realizava-se o trabalho. Tendo-se iniciado uma estranha confusão no local ele incorporou um espírito e simultaneamente diversos médiuns presentes apresentaram incorporações de caboclos e pretos velhos. Advertidos pelo dirigente do trabalho a entidade incorporada no rapaz perguntou:
"- Porque repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Seria por causa de suas origens sociais e da cor?"

Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava perguntou:
"- Porque o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome meu irmão?"

Ele responde:

"- Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."

O vidente ainda pergunta:

"- Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?"

Novamente ele responde:

"-Colocarei uma condessa em cada colina que atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei."

Depois de algum tempo todos ficaram sabendo que o jesuíta que o médium verificou pelos resquícios de sua veste no espírito, em sua última encarnação foi o Padre Gabriel Malagrida.

No dia 16 de novembro de 1908, na rua Floriano Peixoto, 30 – Neves – São Gonçalo – RJ, aproximando-se das 20:00 horas, estavam presentes os membros da Federação Espírita, parentes, amigos e vizinhos e do lado de fora uma multidão de desconhecidos. Pontualmente as 20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas desceu e usando as seguintes palavras iniciou o culto:
"-Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A pratica da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo".

Após estabelecer as normas que seriam utilizadas no culto e com sessões diárias das 20:00 às 22:00 horas, determinou que os participantes deveriam estar vestidos de branco e o atendimento a todos seria gratuito. Disse também que estava nascendo uma nova religião e que chamaria Umbanda.
O grupo que acabara de ser fundado recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse as seguintes palavras:
"- Assim como Maria acolhe em seus braços o filho, a tenda acolherá aos que a ela recorrerem nas horas de aflição, todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai."

Ainda respondeu perguntas de sacerdotes que ali se encontravam em latim e alemão.
O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas.
Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:

"- Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá",

Após insistência dos presentes fala:

"- Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nêgo".
Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:

"- Minha caximba.,nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá".
Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de "Guia de Pai Antonio".

No outro dia formou-se verdadeira romaria em frente a casa da família Moraes. Cegos, paralíticos e médiuns que eram dado como loucos foram curados.

A partir destes fatos fundou-se a Corrente Astral de Umbanda.

Após algum tempo manifestou-se um espírito com o nome de Orixá Malé, este responsável por desmanchar trabalhos de baixa magia, espírito que, quando em demanda era agitado e sábio destruindo as energias maléficas dos que lhe procuravam.

Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebendo ordens do astral fundou sete tendas para a propagação da Umbanda, sendo elas as seguintes:
Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia;
Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição;
Tenda Espírita Santa Bárbara;
Tenda Espírita São Pedro;
Tenda Espírita Oxalá;
Tenda Espírita São Jorge;
Tenda Espírita São Jerônimo.

As sete linhas que foram ditadas para a formação da Umbanda são: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Iansã, Xangô, Oxossi e Exu.

Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das acima mencionadas.

Zélio nunca usou como profissão a mediunidade, sempre trabalhou para sustentar sua família e muitas vezes manter os templos que o Caboclo fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.

O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou qualquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.

As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se manifestavam.
A preparação dos médiuns era feita através de banhos de ervas e do ritual do amaci, isto é, a lavagem de cabeça onde os filhos de Umbanda afinizam a ligação com a vibração dos seus guias.

Após 55 anos de atividade, entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zilméia, as quais até hoje os dirigem.

Mais tarde junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo fundaram a Cabana de Pai Antonio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacú – RJ. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu. Faleceu aos 84 anos no dia 03 de outubro de 1975.

Pesquisa feita por LUCILIA GUIMARÃES e EDER LONGAS GARCIA
(texto tirado do site www.paimaneco.com.br)




T.U. Filhos da Vovó Rita

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