sexta-feira, 29 de março de 2013

NÃO! NÃO ME REPRESENTA NÃO!





Não seria exagero afirmar que nosso país caminha a passos largos para a barbárie! 

Isso porque, a eleição do “pastor” Marcos Feliciano à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados revelou a uma face até então oculta da chamada “bancada evangélica”. 

Qualquer pessoa que detenha o mínimo de esclarecimento percebe que as declarações do famigerado pastor retratam uma intolerância até então velada, um racismo até então disfarçado e uma inequívoca intenção de extinguir a laicidade de nosso Estado Democrático de Direito. 

Primeiramente, o elemento chamado de “pastor”, atacou os homossexuais, afirmando que seus sentimentos são “podres” e deles decorrem todo o ódio existente na sociedade. Posteriormente, falou que os negros descendem de uma “raça” amaldiçoada por Noé, numa clara demonstração de ódio contra os africanos, seus descendentes e sua cultura. 

O mesmo “pastor” afirmou que a concessão de diretos às mulheres “atingem” a família. Afirmou que “quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada”. (http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/03/para-marco-feliciano-direitos-das-mulheres-atingem-a-familia-brasileira.html). Ou seja, segundo a bíblia, a mulher deve ser submissa ao homem e não deve possuir os mesmos direitos! 

Foi divulgado também na internet, um vídeo em que o “pastor” durante um culto em sua igreja “profetiza” o sepultamento de todos os pais e mães santos e a “extinção” de todos os terreiros de Umbanda e Candomblé do Brasil, chamando-os de Reino das Trevas!. 

Agora fica a indagação: Como que uma pessoa que faz esses tipos de declarações contra parcelas da população brasileira já culturalmente discriminadas, pode ser eleito para ser presidente de uma comissão que justamente tem por natureza e missão a proteção desses movimentos? 

Trata-se de uma verdadeira demagogia! 

Seria o mesmo de eleger um Lobo para cuidar das ovelhas! 

Entretanto, se fosse apenas o Marcos Feliciano, o problema não seria tão sério. A questão é que a divulgação dessas declarações criminosas revelou a existência de um grupo político, que apóia e incentiva o “pastor”. Esse grupo é denominado de bancada Evangélica. 

Como que um estado Laico, como o Brasil, pode possuir dentro de seu congresso um grupo de religiosos eleitos para interferir, com pretextos unicamente religiosos, nas leis do país? 

Ora, sabemos que a evolução da humanidade só ocorreu quando a religião e a política tomaram rumos diferentes. Sabemos quanta crueldade ocorreu quando a cruz e a espada estavam juntas no poder! Como esquecer a “santa” inquisição, quando pessoas foram mortas pela Igreja sob a acusação de bruxaria e heresia! 

Quantos índios e negros foram mortos e dizimados por simplesmente cultuarem sua fé, sob a alegação de que estavam adorando o diabo! 

O problema, é que esses movimentos políticos que elegeram Marcos Feliciano, estão há tempos investindo na tomada do poder. Igrejas são criadas do dia para noite, e movimentam milhões na compra de emissoras de televisão e rádio, com o objetivo principal de atacar as demais religiões, em especial às religiões afro-brasileiras, e disseminar uma cultura de ódio e intolerância. Para angariar recursos, realizam uma lavagem cerebral em seus seguidores, pregando a “teoria da prosperidade” na qual somente aquele que contribuiu financeiramente para a igreja será “abençoado” por Jesus e terá sua vida transformada. 

Em contrapartida, lançam candidatos fanáticos que propõem leis que visam dar mais poder as igrejas das quais representam e impedir ou tumultuar a votação de assuntos de saúde pública, como o aborto, e assuntos que na sua concepção são considerados como sendo do “diabo”, tais como o casamento homossexual. 

Uma das medidas já tomadas por essa “bancada”, foi à propositura da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) n. 99/11, a qual possui por objetivo incluir as organizações religiosas no rol das entidades previstas na Constituição Federal como legitimadas a propor ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. Se essa emenda for aprovada, será o fim da laicidade de nosso Estado, já que as igrejas, em especial as evangélicas, influenciarão diretamente nas Leis de nosso país. 

A constante disseminação do ódio contra as demais religiões vem acarretando ataques à centros espíritas, terreiros de umbanda e candomblé, e até mesmo ataques contra a igreja católica. Em pleno século XXI, pessoas estão sendo agredidas por professarem uma fé diferente. Pessoas estão sendo mortas por pensarem diferente, por possuir uma orientação sexual diferente, por ter uma visão de mundo diferente. 

Até agora, a sociedade estava tolerando tais ataques. Mas os protestos constantes contra Marcos Feliciano demonstram que a paciência já chegou ao limite! Não podemos compactuar com o enterro de nossa amada democracia, a qual custou a vida de tantas pessoas. Não podemos fingir que nada está acontecendo, sob o risco de serem criados em nossa nação, campos de concentração para àqueles que relutam em se converter! 

Por isso chegou à hora do basta! Apenas a saída de Marcos Feliciano e a não eleição de nenhum fanático garantirá a sobrevivência de nosso estado Democrático e impedirá a instituição da Teocracia Evangélica em nosso país! 

Essa luta é de todos aqueles brasileiros que defendem nossa liberdade! 

FORA FELICIANO! 

VOCÊ NÃO ME REPRESENTA! 



Apenas a título de curiosidade: 

Os deputados federais evangélicos são de diferentes partidos, mas em questões que envolvem comportamento e moralidade — como o casamento de gays — agem como se fossem de uma única agremiação que se norteia pelos textos bíblicos. São da base de apoio do governo, desde que o governo siga a agenda cristã-conservadora deles. Discutir a liberação do aborto, por exemplo, não pode. Tampouco distribuir nas escolas públicas kit contra a homofobia. 

A maioria desses paladinos da moralidade alheia responde a processos na Justiça Eleitoral e no foro privilegiado do STF (Supremo Tribunal Federal). 

Praticamente todos os deputados integrantes da Bancada Evangélica têm pendência na Justiça. Os processos apuram acusações como peculato (furto ou apropriação de bens ou valores públicos), improbidade administrativa, corrupção eleitoral, abuso de poder econômico, sonegação fiscal e formação de quadrilha. 

A Assembleia de Deus tem a maior representação na bancada. Sabino Castelo Branco (PTB/AM), por exemplo, responde por peculato, crime tributário, captação ilícita de recursos, etc. A ficha judicial de Zé Vieira (PR/MA) é também extensa. 

Na Igreja Presbiteriana, Anthony Garotinho (PR/RJ) e Edinho Araújo (PMDB/SP) se destacam pela quantidade de processos. 

Em seguida vêm Igreja Universal, com 7 deputados, Quadrangular (3), Igreja da Graça (3), Igreja Mundial (2), Metodista (2), Maranata (1), Igreja Nova Vida (1), Cristã Evangélica (1), Igreja Brasil para Cristo (1), Igreja Cristã do Brasil (1), Sara Nossa Terra (1) e Comunidade Shamá (1). 

Segue a lista dos deputados que compõem a bancada evangélica e que estão prestando contas à Justiça. O levantamento foi feito pela organização não governamental Transparência Brasil


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