sábado, 27 de junho de 2020

AS 7 LINHAS DA UMBANDA TRADICIONAL - 3ª LINHA - A LINHA DO ORIENTE

Este é o terceiro de diversos textos onde vamos conhecer a fundo as 7 Linhas de Umbanda da perspectiva tradicional, ou seja, a configuração das 7 Linhas pela perspectiva dos velhos Umbandistas e primeiros estudiosos da religião.


Caso você ainda não tenha lido o texto onde abordamos a Primeira Linha, a Linha da Fé e a segunda Linha de Umbanda, a Linha das Águas, você pode ter acesso através desses link aqui: (Linha da Fé: Linha da Fé, você pode ter acesso através desse link aqui: http://filhosdavovorita.blogspot.com/2020/06/as-7-linhas-da-umbanda-tradicional-1.html) Linha das Águas (http://filhosdavovorita.blogspot.com/2020/06/as-7-linhas-da-umbanda-tradicional-2.html).

Todas as informações trazidas aqui se baseiam nas obras de Leal de Souza, Lourenço Braga, Diamantino Fernandes Trindade, alguns autores Umbandistas contemporâneos e também experiências pessoais.

O propósito desses textos é buscarmos conhecer as raízes da nossa religião, entendendo de onde surgiu cada Linha, quais seus propósitos e especificidades, fazendo uma comparação com o que observamos atualmente nos terreiros.

Esperamos contribuir para o entendimento e esclarecimento dos irmãos de fé!

A Terceira Linha da Umbanda Tradicional - A Linha do Oriente


Nosso propósito com esse texto é aprofundar o conhecimento sobre os espíritos e falanges que compõem a terceira linha de Umbanda e também suas funções dentro do ritual.

Como explicamos no primeiro texto, as 7 Linhas de Umbanda são uma forma de organização espiritual adotada nos primeiros terreiros de Umbanda a partir de 1908, onde os espíritos são agrupados em Linhas, Falanges, Legiões e Povos.

Essa estrutura foi baseada nas organizações militares Romanas antigas e foi se construindo e expandindo na medida que novos espíritos foram se aproximando da Umbanda.

Portanto, como uma verdadeira organização de batalha, as 7 Linhas de Umbanda foram estruturadas para que cada falange, legião e povo tenha uma função específica dentro do Ritual de Umbanda e quando agem em conjunto fazem com que o trabalho se desenvolva de forma fluída.

A Linha do Oriente, especificamente, obteve grande popularidade nos anos 50 e 60 dentro da Umbanda, justamente por trazer um aspecto de “novidade” ao culto, que se mantinha muito restrita aos Caboclos, Pretos-Velhos e a Magia Cristã em si;

O surgimento dessa Linha vinha muito de encontro com a proposta do Caboclo das 7 Encruzilhadas em relação a Umbanda, ou seja, um culto que acolheria aqueles que são excluídos em outros cultos no solo brasileiro.

Ela nasce como uma Linha que começa a agrupar todos os espíritos que não fazem parte da estrutura étnica básica da Umbanda (Africanos, Indígenas Brasileiros e Europeus Cristãos).

É importante salientar que “Oriente” não designa apenas espíritos necessariamente orientais, mas sim espíritos do mundo todo, de diversas culturas e países que se afinizaram com a proposta da Umbanda e vêem na religião um local para trabalhar.

Alguns autores designam que o nome “Linha do Oriente” nasce de uma relação com a colônia espiritual denominada “Grande Oriente Místico”, colônia essa que já foi abordada em outras obras que não são de cunho Umbandista e que supostamente abriga espíritos de diversas, povos, culturas e nacionalidades diferentes.

A terceira Linha em si abriu um mar infinito de possibilidades para o culto da Umbanda que antes não tínhamos acesso. Trouxe novos elementos ao culto, expandiu o nosso conhecimento sobre nosso corpo energético através do entendimento dos Chakras e atribuiu um caráter muito mais “Universalista” a religião.

Dessa Linha surgiu também uma das Falanges mais populares da Umbanda atual, a Falange dos Ciganos.

Os Ciganos, seguindo sua característica de serem um Povo Livre, não estão inclusos especificamente em uma só falange na Linha do Oriente, mas sim vieram espalhados em quase todas elas.

Isso se dá pois existem ciganos de diversas nacionalidades e culturas diferentes, desde ciganos de origem Russa a Ciganos de origem Egípcia, por exemplo.

Portanto, por mais que as primeiras manifestações de ciganos na Umbanda tenham se dado na Linha do Oriente, com o passar dos anos essa Linha assumiu um caráter muito mais independente, ora se manifestando como uma Linha Auxiliar ora se manifestando dentro da própria “Esquerda”, vindo do chamado Reino da Lira (que abordaremos em textos posteriores).


Em suma, a Linha do Oriente trouxe uma GIGANTESCA quantidade de conhecimento e informações para dentro da Umbanda e influenciou profundamente a religião como podemos observar hoje.

A regência da Linha:


Como já mencionado, toda Linha, Falange, Legião e Povo da Umbanda possui uma regência, ou seja, um Espírito ou Divindade responsável pelo comando e direcionamento daquele grupo de Espíritos.

Na Linha do Oriente, temos como principal regência, São João Batista, que em alguns terreiros é sincretizado com um aspecto do Orixá Xangô conhecido como Xangô Caô.

Como já expressamos nos últimos textos, SINCRETISMO NÃO É SUBSTITUIÇÃO, portanto Xangô e São João Batista, são divindades distintas, com culturas e ancestralidade diferentes mas que exercem domínio sobre os mesmos elementos. 

Portanto, devemos ter cuidado para não confundi-los como o mesmo ser.


A Linha do Oriente, dentro de algumas literaturas é inserida como a primeira Falange da Linha de Xangô, justamente por essa ligação de regência com São João Batista, o que não é o caso da nossa casa, pois temos o entendimento que a Linha do Oriente faz parte das 7 Linhas principais de Umbanda.

Quem compõem a linha:

Como já podemos presumir, os espíritos que compõem a terceira Linha tem origens diversas.

Podemos encontrar espíritos que em vida tiveram origens Indiana, Egípcia, Russa, Escandinava, Turca, Japonesa dentre outras. Muitos dos espíritos que compõem essa linha fazem parte de culturas e povos “extintos”, que tiveram seus conhecimentos e magia perdidas ao longo do tempo.

São espíritos que de uma maneira geral tem grande conhecimento Mágico, Espiritual e Filosófico da cultura a qual estava inserido em vida.

Esses espíritos são muito sábios e muito diferentes entre si, o que nos permite beber de diversas fontes de conhecimento e nos dá possibilidade de aprender a ver a vida de diversas formas diferentes.

Geralmente os espíritos desta Linha tendem a não trabalhar incorporados, salvo algumas exceções. São espíritos que se comunicam muito através de sonhos, transmentação, psicofonia, vidência e outras modalidades de conexão com o mundo espiritual.

Eles geralmente assumem um papel de guia espiritual na vida dos adeptos, inspirando e intuindo aqueles a quem estão conectados.

Como é uma linha composta por culturas muito diversas, usam em seus trabalhos elementos muito específicos a depender de sua origem. Mas de uma maneira geral essas entidades usam elementos como pedras, incensos, ervas secas, óleos essenciais, fitas, baralhos, punhais, sementes, moedas e alguns trazem conhecimentos e diversas terapias (Cromoterapia, Aromaterapia, etc.).

Função da Linha:



A Linha do Oriente é muito extensa e diversificada, portanto pode assumir diversas funções práticas dentro do Ritual de Umbanda, desde Passes Magnéticos até mesmo a quebra de Feitiços e Magias Negativas.

Porém, a Linha como um todo têm uma função muito específica, independentemente da particularidade de cada falange, que é:

Trazer a cura mental e energética para as pessoas.

Os espíritos desta linha atuam incisivamente nos aspectos mentais e energéticos dos médiuns e adeptos da religião. Grande parte das doenças emocionais, físicas e nossos desequilíbrios energéticos nascem nos nossos pensamentos.

Muitas vezes padrões de pensamentos repetitivos, obsessivos e negativos, promovem uma verdadeira bagunça no nosso campo energético, nos impedindo de ter uma vida plena e saudável.

Médiuns com pensamentos doentios, tristes, irritados e enfraquecedores constantes não estão aptos para exercer um bom trabalho mediúnico, afinal isso gera desequilíbrio energético e não permite uma boa comunicação com as entidades.

Portanto, para que a comunicação espiritual entre o guia e o médium possa ocorrer de forma fluída é necessário ter saúde mental. Saúde essa que vai se expandir em todas as áreas da vida daquele indivíduo.

E é justamente nesse aspecto que a Linha do Oriente atua.

Os espíritos desta linha, através de seus extensos conhecimentos em terapias, filosofias e rituais, auxiliam os médiuns a alcançaram clareza mental e paz de espírito.

Guiam os adeptos num caminho de autoconhecimento e estimulam para que através desse autoconhecimento a cura mental e espiritual possa acontecer.

Também atuam muito no equilíbrio dos chakras e estimulam cuidado com a nossa energia pessoal, nos orientando em como podemos nos manter energeticamente saudáveis.

É possível afirmar que a Linha do Oriente como um todo cobra muito estudo e conhecimento dos médiuns, afinal a ignorância nos mantém presos e limita nossas possibilidades, impedindo que possamos nos desenvolver enquanto indivíduo.

Todo esse escopo de trabalho é abrangido pela Linha do Oriente e pode ser acessado pelos médiuns que buscam melhorar a qualidade do seu trabalho na Umbanda.

As falanges que compõem a Linha do Oriente

Agora que já conhecemos a regência, os tipos de espíritos que compõem a Linha e sua função dentro do Ritual de Umbanda, vamos nos debruçar sobre as falanges que a compõem.

A primeira falange - A falange dos Hindus


A primeira falange da Terceira Linha é a falange dos Indianos, comandada por Pai Zartu ou também conhecido “O Chefe Indiano”.

Nessa falange se reúnem espíritos de origem Indiana como Sacerdotes Antigos, Yogues, Brahmanes e Estudiosos. O Hinduísmo é considerado o berço de todas as religiões. Lições sobre reencarnação, mediunidade e mundo espiritual são encontradas nos Vedas (livro sagrado do hinduísmo), em 1.700 antes de Cristo!

São espíritos muito ligados aos deuses Indianos e grandes conhecedores dos corpos energéticos sutis dos encarnados.

Atuam no astral realizando um trabalho de cura do corpo e da mente dos adeptos. Em alguns terreiros são chamados justamente em trabalhos específicos de cura.

Segundo algumas literaturas, o notório espírito Ramatís a qual é atribuído diversos livros, faz parte dessa falange.

Pintura mediúnica de Ramatís

A segunda falange - A Falange dos Médicos, Xamãs, Sábios e Curadores.



A segunda falange é comandada pelo ilustre José de Arimateia, tido com um dos discípulos de Jesus, aquele que sepultou o corpo de Cristo, cujo muitas lendas foram criadas ao passar dos séculos.

Essa falange, assim como muitas outras dentro da Linha do Oriente, é profundamente focada em cura. É composta pelos chamados Médicos do Espaço, além de Xamãs, Raizeiros, Curandeiros e demais espíritos portadores do poder da cura de diversas Etnias.

São tidos também como grande conselheiros e trabalham lado a lado com a Falange de São Cosme e Damião e a Falange de Pai Zartu.

A terceira falange - A Falange dos Persas, Árabes, Turcos e Hebreus.


A terceira falange é comandada por Pai Jimbaruê (Djinn Baruê), que segundo algumas literaturas é tido como um encantado do norte da África. 

Nessa falange reúnem-se espíritos de Sábios Árabes (muito deles muçulmanos) além de espíritos remanescentes de povos específicos como os Mouros, Marroquinos, Turcos e Hebreus. 

É possível encontrar Tuaregues (guerreiros do deserto) nessa falange que trazem muitos conhecimentos a respeito do poder da “Contemplação” como uma ferramenta de cura espiritual.

Também é comum encontras Rabinos e outros espíritos Judeus, com grande conhecimento sobre a Cabala e seu uso prático na magia.

De uma maneira geral são espíritos muito sérios, conservadores e que falam muito pouco quanto se manifestam.

A esta falange, devido a seu grande conhecimento mágico, é atribuído trabalhos relacionados a defesa e combate espiritual à espíritos trevosos, agressivos e também a algumas classes específica de encantados, os Djins (Para mais informações sobre esses encantados recomendo o livro “Os Vingativos Djinns” - Rosemary Ellen Guiden).

São grandes “exorcistas” e especialistas em expulsar o mal da vida de alguém.

Nas oferendas a essa falange é proibido oferecer bebidas alcoólicas. 

A quarta falange - A falange dos Japoneses, Chineses, Mongóis e Tibetanos.


Comandada por Ori do Oriente, a quarta falange é composta por espíritos de origem asiática de diversos países diferentes.

Não se encontra muita informação literária sobre essa falange mas sabemos que são espíritos de uma cultura muito distinta e que estimulam a busca pela elevação e iluminação espiritual.

São combatentes ferrenhos da ignorância e estimulam a busca constante pelo conhecimento e pelo autoconhecimento.

Curiosamente, atuam na proteção do ambiente onde está sendo realizando o trabalho de Umbanda.

Podem ser evocados em momentos que buscamos paz de espíritos, clareza mental e equilíbrio energético.

A quinta falange - A Falange dos Egípcios, Maias, Toltecas, Incas, Astecas


A quinta falange da Linha do Oriente é comandada por um espírito conhecido como Pai Inhoarairi.

Dessa falange se manifestam espíritos de antigos sacerdotes egípcios, maias, astecas, toltecas, Incas e demais povos antigos.

São espíritos extremamente rígidos e de certa forma, são a falange menos “acessível” da Linha do Oriente, pois tendem a escolher a dedo as pessoas que se aproximam ou deixam se aproximar.

Tendem a trabalhar mais no astral, encaminhando espíritos perdidos para o “mundo dos mortos”.

De uma maneira geral são grandes conhecedores da chamada Alta Magia e ensinam esses “segredos” para pessoas que julgam sérias, éticas e merecedoras dessas informações.

Ao contrário do que o senso comum nos faz pensar, Alta Magia e Baixa Magia não significam necessariamente “Magia Boa ou Magia Ruim”.

Alta Magia são práticas mágicas que são realizadas sem a necessidade do auxílio de entidades, santos, etc. Ela ocorre quando o próprio magnetismo do operador, com o auxílio de alguns elementos, gera alguma alteração energética no ambiente ou nas pessoas.

Em contrapartida, Baixa Magia é um termo que designa uma operação mágica onde o operador evoca uma entidade, santo, guia ou força exterior para realizar alguma alteração energética na realidade.

Em termos práticos, um Umbandista que incorpora um espírito para dar um passe em um consulente está realizando um trabalho de Baixa Magia, enquanto um Kimbanda (Sacerdote Africano) que dá uma passe em uma pessoa doando seu próprio Moyo (Axé, Energia Vital, Magnetismo, Prana, etc…) está realizando um trabalho de alta magia.

São simplesmente formas de designar a forma como o trabalho está sendo realizado, não caracterizando um trabalho “melhor ou pior”.

A sexta falange - Falange dos Caraíbas

A sexta falange é comandada pelo Caboclo Itaraici e reúne espíritos de caboclos, xamãs e sacerdotes originários da região do Caribe e da América Central como um todo.

São grande manipuladores energéticos e estão muito ligados aos cultos tradicionais Caribenhos.

Alguns desses entidades se manifestam nas giras de Caboclo e trazem um grande conhecimento mágico, xamânico e de cura através da ervas, das águas e da “medicina” dos animais.

A sétima falange - Falange dos Europeus



A sétima e última falange da Linha do Oriente, assim como todas as últimas falanges de cada linha de Umbanda, é uma falange de perfil mais guerreiro e atua especialmente no combate direto as forças negativas.

É regida pelo Imperador Marcus I, o Imperador Filósofo e é composta por espíritos de sábios, magos, mestres e guerreiros de origem Europeia, Gaulesa, Escandinava e Inglesa.

São espíritos de um perfil extremamente ESTRATEGISTA e ORGANIZADO.

Atuam no combate às investidas espirituais negativas fazendo cruzamento com a Falange de Santo Expedito e com a Linha de Ogum, ou seja, trabalhando a lado a lado com essas falanges.

Quando se trata de combate espiritual, proteção do terreiro, proteção dos médiuns e o trabalho de choque espiritual que a Umbanda acaba tendo que realizar devido aos constantes ataques que recebe provindo dos astral inferior, podemos observar que dentro das 7 Linhas temos falanges de ação específica para agir nesses casos.

Dentro dessa lógica, podemos observar que as 7 Linhas foram desenhadas para que:

- A Falange de Santo Expedito trouxesse a bússola moral e orientação sobre as ações espirituais que devem ser realizadas;

- A Falange de Marcus I trouxesse o aspecto estratégico e os planejamentos táticos dessas ações

- A Linha de Ogum fosse a executora desses planos, agindo como “a ponta da lança”, a linha de frente nos combates espirituais de uma casa de Umbanda, fazendo também a guarda dos templos.

Entretanto, com o passar dos anos e com a aproximação dos Exus e Pombagiras na religião, essas funções foram atribuídas completamente a essas entidades, deixando de lado a estrutura de “proteção” original.

Hoje em dia temos Exu e Pombagira, que em um primeiro momento se aproximaram da Umbanda para atuarem literalmente como FEITICEIROS em ocasiões especiais, sendo chamados de “Guardiões”, assumindo um lugar que na Umbanda mais tradicional já estava sendo ocupados por outras linhas.

Isso nos faz se perguntar… Será que todo Exu é meramente um guardião ou será que isso foi algo criado pelos Umbandista?

Trataremos esse assunto posteriormente nos textos sobre Kimbanda e Quimbanda...

Trabalho prático da Linha:

O trabalho com a Linha do Oriente é muito diverso.

Alguns terreiros mais antigos e alguns contemporâneos realizam sessões onde esses espíritos são evocados junto a corrente dos médicos do Astral para realizar seus trabalhos na chamada Mesa de Cura.

Em nosso terreiro esses espíritos se manifestam esporadicamente, geralmente em giras onde são evocadas as 7 Linhas e não costumam incorporar em todos os médiuns, se limitando apenas à alguns.

Quando manifestados não costumam falar muito e geralmente trabalham emitindo passes e irradiações nas pessoas que compõem a corrente, como uma forma de reequilibrar o campo áurico dos mesmos após um trabalho desgastante como é a Gira de 7 Linhas.

O método de trabalho dessa Linha não é ostensivo como o dos Caboclos, Oguns, Pretos-Velhos e Exus e nem precisa ser.

A proposta dessa Linha, assim como a Linha da Fé e a Linha das Águas é que os médiuns busquem desenvolver uma relação com eles que não demande de incorporação ou de uma manifestação ostensiva.

Pelo contrário, a ideia é construir uma relação espiritual mais sutil, baseada na intuição, na percepção energética e na busca do autoconhecimento.

Mas para isso é necessário que os médiuns tenham um entendimento básico:

Umbanda não se faz apenas de 15 em 15 dias. O trabalho de desenvolvimento enquanto médium é diário!

É necessário perceber que as 7 Linhas de Umbanda existem para operar uma transformação na vida dos médiuns como um todo.

As 7 Linhas tem a função de transformar os médiuns em pessoas mais aptas capazes, inteligentes, saudáveis e prósperas. Mas para isso é necessário usar as ferramentas que as 7 Linhas trazem.

O médium que realmente quer se desenvolver não espera ter uma gira ou sessão especial com a Linha do Oriente para ter contato com esses espíritos. 

Ele reconhece que essas entidades estão à postos a todo momento, apenas esperando uma abertura para se aproximar e realizar todo esse trabalho que foi comentado nesse texto, na sua vida e de seus familiares.

Ele percebe que basta orar, chamar e ter interesse em se conectar com essa linha que ela vai arranjar meios de se comunicar e atuar na sua vida.

Portanto, se você é médium de Umbanda, se questione:

O quanto você anda usando as 7 Linhas de Umbanda para operar mudanças internas e externas na sua vida?

Você obteve mais qualidade de vida desde que entrou para religião, ou simplesmente anda indo ao terreiro para se descarregar?

Caso você não esteja se tornando uma pessoa melhor e obtendo mais qualidade de vida com o passar dos anos, existem dois cenários possíveis:

Ou a Umbanda “não funciona” e não te dá o suporte necessário…

Ou você não anda sabendo usar as ferramentas que a Umbanda te dá para operar mudanças na sua vida…

Se você assume a responsabilidade pelo seu desenvolvimento mediúnico e seu progresso enquanto pessoa, USE AS FERRAMENTAS QUE A UMBANDA TE DÁ.

Busque se conectar com a primeira Linha para fortalecer sua Fé…

Busque se conectar com a segunda Linha para tratar seus traumas e fortalecer suas emoções…

E busque se conectar com a terceira Linha para desenvolver sua força Mental, seu intelecto e para equilibrar sua energia pessoal!

Não espere que as entidades venham resolver sua vida ou operar milagres se você não busca se conectar com as “ferramentas” que as 7 Linhas já escancaram aí mesmo na sua cara.

E lembre-se das palavras do Caboclo Mirim:

“Umbanda é coisa séria para gente séria!”

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Autor: Lucas Martins
Revisão: Jefferson L. Grossl

Fontes:

“O Espiritismo, a Magia e as 7 Linhas de Umbanda - Leal de Souza”
“O Ritual do Rosário das Santas Almas Bendita - Pai Juruá”
“Trabalhos de Umbanda ou Magia Prática - Lourenço Braga”
“As 7 Linhas de Umbanda - Histórico e Evolução - Douglas Rainho”
“Organograma Umbandista - Linha, Falanges e Legiões - Douglas Rainho”
“As 7 Linhas de Umbanda - Falanges e Entidades - Carlos Zeferino’






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