sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Médium, qual semente tu és?


Inicio essa pequena reflexão com a citação da parábola do semeador contida do Evangelho de Mateus, Capítulo XIII 1:9:

A parábola do semeador


"13 Naquele mesmo dia Jesus saiu de casa e se sentou à beira do lago. 2 Uma grande multidão se juntou ao seu redor. Havia tanta gente que Jesus entrou num barco e se sentou; e toda a multidão permanecia de pé na praia. 3 Jesus lhes ensinou muitas coisas por meio de parábolas [a]. Ele dizia:


— Certo homem saiu para semear. 4 Enquanto semeava, uma parte das sementes caiu à beira do caminho e os pássaros vieram e as comeram. 5 Outra parte caiu no meio de pedras, onde havia pouca terra. Essas sementes brotaram depressa pois a terra não era funda, 6 mas, quando o sol apareceu, elas secaram, pois não tinham raízes. 7 Outra parte das sementes caiu no meio de espinhos, os quais cresceram e as sufocaram. 8 Uma outra parte ainda caiu em terra boa e deu frutos, produzindo 30, 60 e até mesmo 100 vezes mais do que tinha sido plantado. 9 Quem pode ouvir, ouça.
(...).
18 —Ouçam o que a parábola [g] daquele que semeia quer dizer. 19 A semente que caiu à beira do caminho representa a pessoa que ouve a mensagem a respeito do reino, mas não a compreende, e Satanás então vem e tira as coisas que foram semeadas em seu coração. 20 A semente que caiu no meio de pedras representa a pessoa que ouve a mensagem a respeito do reino e a aceita imediatamente e com muita alegria. 21 Mas, como não tem raiz, não dura muito tempo. Assim que encontra dificuldades ou que é perseguida por causa da mensagem, abandona a sua fé. 22 A semente que caiu no meio de espinhos representa a pessoa que ouve a mensagem a respeito do reino mas é sufocada pelas preocupações com as coisas desta vida e pela ilusão das riquezas. Essa pessoa não produz nenhum fruto. 23 Mas a semente que caiu em terra boa representa a pessoa que ouve a mensagem e a compreende. Essa pessoa cresce e produz muitos frutos, algumas vezes trinta, outras sessenta e outras ainda cem vezes mais."

Essa lição deixada por Cristo é muito ilustrativa e aplicável em qualquer contexto religioso, inclusive na Umbanda, a qual possui como base o Evangelho de Jesus, segundo seu fundador, o Caboclo das 7 Encruzilhadas.

Em análise à singela parábola, podemos deduzir que o semeador é Deus, Olorum, Zambi e as sementes somos nós, médiuns que recebemos a missão de nos adiantarmos espiritualmente e auxiliarmos na construção de um planeta melhor, justo, solidário e sem sofrimento.

Todavia,  muitos irmãos ao tomar o conhecimento de serem portadores da mediunidade, assustam-se, negando-a, procuram "livrar-se" desse "dom". Acreditam ser "amaldiçoados" e gastam fortunas tentando "fechar o corpo" para não mais serem médiuns. Esses, assemelham-se as sementes que caíram a beira do caminho e acabaram sendo vítimas da própria ignorância, pois perderam a oportunidade sagrada de produzir no bem.

Outros irmãos, ao descobrirem serem médiuns, deslumbram-se. Entram para a Umbanda querendo incorporar logo, ser coroado logo, atender logo, enfim, apressam situações que naturalmente levariam muito tempo para acontecer. Sem a vivência dos valores e princípios da religião em seu coração, ao primeiro contratempo, dificuldade, perda e desilusão, abandonam a religião. Pois para vencer todas essas situações adversas, era necessário o fortalecimento da raiz, dos princípios. E esse fortalecimento se dá tão somente com o tempo. Como não possuíam essa raiz em seu coração, desistem. 

Já para outros irmãos, a oportunidade sagrada da mediunidade, desperta outros interesses. Utilizam-se da mediunidade para ganhar dinheiro; para atrair espíritos obsessores, para se destacarem no grupo familiar e/ou social, para obter informações especulatórias dos espíritos, para plantar a discórdia e a desunião. Com o tempo, sua mediunidade ficará cristalizada no mal e esses irmãos não mais cumprirão sua tarefa na terra. Esses se assemelham as sementes que caíram entre espinhos. Como os espinhos eram mais enraizados do que a semente do bem, aqueles cresceram mais rápido e fortes, sufocando a boa semente.  

Contudo, há irmãos que entendem verdadeiramente o sentido da mediunidade e da religião. Dedicam-se, estudam, reformam-se intimamente, preparando a terra para que os bons espíritos possam plantar as virtudes em prol da humanidade. Esses irmãos, sem pressa, com calma, cumprem sua missão com amor e responsabilidade. Não possuem outro objetivo senão a prática da caridade e da evolução. Não se desesperam. Enfrentam as situações adversas com a esperança de que tudo é passageiro e necessário para o próprio progresso e que Deus não é injusto. Esses irmãos são as boas sementes. Aquelas sementes que darão muitos frutos. Que ensinarão mais pelo exemplo do que pela palavra.

Com base nesse pequeno texto inspirado na parábola de Jesus, convido os irmãos à reflexão: Que semente somos nós? 

    

T.U. Filhos da Vovó Rita

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